ATA DA QUADRAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 15-5-2008.
Aos quinze dias do mês de maio do ano de dois mil e
oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Carlos Todeschini, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen,
Maria Celeste, Maristela Maffei, Neuza Canabarro, Sebastião Melo e Sofia
Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo,
Dr. Goulart, Elias Vidal, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes,
Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nilo Santos e Professor Garcia. À MESA,
foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 033/08 (Processo nº 1275/08); pelo Vereador Carlos Comassetto, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 105/08 (Processo nº 2762/08); pelo Vereador
Dr. Raul, o Projeto de Lei do Legislativo nº 111/08 (Processo nº 2863/08); pelo
Vereador Nereu D’Avila, o Projeto de Lei do Legislativo nº 096/08 (Processo nº
2657/08). Também, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo
Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo: de nos 071 e 072/08, de autoria do Vereador Beto
Moesch, com referência, respectivamente, ao plantio de revitalização na Praça
Emílio Rocha do Prado, às dez horas de hoje, e ao lançamento do programa de
capacitação para os empreendedores do Centro Popular de Compras, às quatorze
horas de ontem, no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS –, em Porto Alegre; De nº 026/08, de
autoria do Vereador Carlos Comassetto, com referência à solenidade comemorativa
do terceiro aniversário de criação do Coletivo de Negras e Negros do Sindicato
dos Servidores Federais do Rio Grande do Sul – SINDISERF –, às dezoito horas de
ontem, na sede dessa entidade, em Porto Alegre; de nº 010/08, de autoria do
Vereador Dr. Raul, com referência à reunião da Comissão Intergestores Bipartite
Estadual – CIB/RS –, às quatorze horas de ontem, no Centro Administrativo
Fernando Ferrari, em Porto Alegre; de nº 024/08, de autoria do Vereador
Professor Garcia, com referência à solenidade comemorativa ao vigésimo quinto
ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental William Richard Shisler, às dez
horas do dia dezessete de maio do corrente, nessa Escola, em Porto Alegre. Do
EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 219/08, do Vereador Jair Valdir
Reinheimer, Presidente da Câmara Municipal de Campo Bom – RS –; 402395, 402494,
403147, 403058 e 403350/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde.
Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram
aprovadas as Atas da Vigésima Quinta, Vigésima Sexta, Vigésima Sétima, Vigésima
Oitava e Vigésima Nona Sessões Ordinárias. A seguir, constatada a existência de
quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora
Neuza Canabarro, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente
Sessão, sendo iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o
transcurso do vigésimo quinto aniversário da Escola Estadual de Ensino
Fundamental William Richard Schisler, nos termos do Requerimento nº 033/08
(Processo nº 2766/08), de autoria da Vereadora Neuza Canabarro. Compuseram a
Mesa: o Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre; as Professoras Yolanda do Amaral Rodrigues e Naiara Barbedo,
respectivamente primeira Diretora e atual Diretora da Escola Estadual de Ensino
Fundamental William Richard Schisler. Também, o Senhor Presidente registrou as
presenças, neste Plenário, das Senhoras Neiva Maria Redivo Marques, Ieda Maria
Morsch Beier e Lenia Leonilda Borsato, Vice-Diretoras, Santina Correa Galli, Orientadora
Educacional, Sandra Maria Sá Faria, Presidenta do Conselho Escolar, Vera Regina
Rodrigues, Presidenta do Círculo de Pais e Mestres, do Senhor Airton Oliveira,
ex-Presidente do Círculo de Pais e Mestres, de professores, de alunos e de
funcionários da Escola Estadual de Ensino Fundamental William Richard Schisler.
Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Neuza Canabarro, salientando a importância da
educação, lembrou a trajetória de Sua Excelência como professora e homenageou o
vigésimo quinto aniversário da Escola Estadual de Ensino Fundamental William
Richard Schisler. Nesse sentido, historiou a construção e a ampliação do prédio
dessa Escola e manifestou seu entusiasmo com propostas pedagógicas lá
aplicadas, destacando a integração com a comunidade escolar. O Vereador José
Ismael Heinen registrou que seus três filhos estudaram no antigo Grupo Escolar
Roquette Pinto, que deu origem à Escola Estadual de Ensino Fundamental William
Richard Schisler, recordando a participação de Sua Excelência em atividades e
no processo de desenvolvimento dessa instituição. Ainda, ressaltou a relevância
dos primeiros anos escolares na formação do caráter das pessoas. Finalizando,
atentou para a necessidade de se buscar a melhoria do ensino público no Brasil.
O Vereador Professor Garcia, lembrando ter sido Diretor do Centro Estadual de
Treinamento Esportivo – CETE –, que atendia alunos da Escola William Richard
Schisler quando essa instituição foi fundada, enalteceu a excelência do ensino
ali realizado, não obstante as dificuldades enfrentadas na área de educação
pública no Estado. Também, afirmou que participará de atividades comemorativas
ao Jubileu de Prata dessa Escola, a serem realizadas no dia dezessete do
corrente mês. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra à
Professora Naiara Barbedo, que, em nome da Escola Estadual de Ensino
Fundamental William Richard Schisler, agradeceu a homenagem prestada pela Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quarenta e oito minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
cinqüenta minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Guilherme Barbosa, relatando o processo de restauração do calçamento
do Paço Municipal quando Sua Excelência era Secretário de Obras e Viação,
asseverou que essa área não vem sendo devidamente preservada pela Prefeitura.
Também, prestou informações acerca da participação da Comissão de Defesa do
Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana na reversão de alteração no
projeto de relocação da Vila Dique. A Vereadora Maria Celeste, mencionando
proposição de sua autoria, rejeitada por esta Casa no ano passado, que
desobrigava o uso da farda para que brigadianos tivessem direito à isenção da
tarifa de ônibus, lastimou a morte do Tenente Gilnei Coitinho, ocorrida no dia
doze deste mês. Sobre o tema, cobrou do Governo Municipal a implantação da medida
proposta no referido Projeto e exigiu maior valorização da área de segurança
pelos Poderes Públicos. Após, por solicitação do Vereador João Antonio Dib, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Jean
Vardaramatos, Diretor-Fundador da Viação Teresópolis-Cavalhada, falecido hoje.
Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Mauro Zacher parabenizou o Vereador Sebastião Melo
pela organização do fórum “Porto Alegre: Uma Visão de Futuro”, iniciado ontem,
pronunciando-se acerca da necessidade, apontada nesse evento, de
desenvolvimento do ciclismo como forma de transporte em Porto Alegre. Nesse
contexto, apresentou índices relativos ao uso da bicicleta pelos cidadãos
porto-alegrenses e defendeu a priorização da Zona Sul na implementação de
ciclovias. O Vereador Maurício Dziedricki informou ter participado, ontem,
de reunião com moradores do bairro Lami, na qual foram debatidos assuntos
relativos à implantação de loteamentos habitacionais irregulares na região,
defendendo a adoção de medidas que venham a inibir tais atividades. Também,
discorreu sobre os atos de fiscalização realizados pelo Executivo Municipal
quanto ao estado de conservação dos
passeios públicos dos logradouros do Centro de Porto Alegre. Após, foi
apregoado Requerimento de autoria do Vereador Guilherme Barbosa, solicitando
Licença-Luto nos dias doze e treze de maio do corrente. Também, o Vereador
Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando a realização de reunião
destinada a estabelecer uma ação deste Legislativo quanto à qualidade dos
serviços de telefonia móvel prestados pela empresa Vivo aos integrantes desta
Câmara Municipal, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos acerca do
assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu Brasinha manifestou-se sobre
a derrota sofrida pelo Sport Club Internacional para o Sport Club Recife, por
três gols a um, em partida realizada no dia de ontem, fato que determinou a
exclusão daquele clube da Copa do Brasil. Ainda, analisou as tratativas que vêm
sendo realizadas pelo Governo Federal no sentido de escolher um substituto para
a ex-Ministra do Meio Ambiente, Senhora Marina Silva. O
Vereador José Ismael Heinen externou seu apoio ao Projeto de Lei do Legislativo nº
079/05, de autoria da Vereadora Maria Celeste, que dispensa os soldados e cabos
da Brigada Militar de estarem fardados para terem gratuidade nos ônibus, quando
se deslocarem da residência para o local de trabalho, ou deste para aquela.
Também, mencionou a aprovação, pelo
Congresso Nacional, de conjunto de medidas legislativas destinadas a
incrementar a segurança pública no País. O Vereador João
Antonio Dib registrou o transcurso, no corrente mês, do sexagésimo aniversário
da realização da IX Conferência Internacional Americana, em Bogotá, Colômbia,
evento no qual foi emitida a Resolução nº XXX, Ata Final, por intermédio da
qual foi veiculada a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, destacando
a necessidade de que, para verem assegurados seus direitos, os cidadãos devem
primar pelo cumprimento de seus deveres. Em continuidade, a Vereadora Margarete
Moraes manifestou-se, informando que, a partir de hoje, os cargos de Líder e Vice-Líder da oposição neste Legislativo, serão
exercidos, respectivamente, por Sua Excelência e pela Vereadora Maristela
Maffei, tendo o Vereador Ervino Besson, presidindo os trabalhos, manifestado-se
a respeito. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Adeli Sell debateu problemas
enfrentados por trabalhadores cooperativados que exercem suas funções no
Mercado Público Central. Também, denunciou deficiência na fiscalização do
calçamento em ruas do Centro, contraditou a forma como alguns órgãos do
Executivo Municipal vêm tratando as demandas apresentadas pelos Senhores
Vereadores, criticou o desempenho da EPTC no Ciclo de Eventos “Porto Alegre –
Uma Visão de Futuro” e analisou a questão da circulação de veículos de tração
animal na Cidade. Ainda, foi apregoado o Ofício nº 329/08, firmado pelo Senhor
José Fogaça, Prefeito Municipal de Porto Alegre, por intermédio do qual Sua
Excelência indica o Vereador Professor Garcia para exercer o cargo de Líder do
Governo neste Legislativo. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Dr. Goulart
registrou o transcurso, hoje, dos sessenta e três anos de fundação do Partido
Trabalhista Brasileiro, historiando as atividades desenvolvidas por essa
agremiação partidária ao longo de sua existência e lembrando o papel
desempenhado por Getúlio Vargas e João Goulart na história política brasileira.
Nesse sentido, analisou questões atinentes à participação do PTB no cenário político
porto-alegrense, especialmente no que tange ao estabelecimento de alianças para
as próximas eleições municipais. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Dr. Raul relatou
reunião realizada ontem pela Comissão Intergestores Bipartitite – CIB/RS –,
para debate de proposta do Governo Estadual, de gestão compartilhada do Centro
de Saúde Escola Murialdo. Ainda, afirmou que proporá Moção de Apoio à municipalização
do atendimento prestado nesse Centro, asseverando que a população da Zona Leste
da Cidade será beneficiada com a coordenação desses serviços pela Secretaria
Municipal de Saúde. A Vereadora Margarete Moraes manifestou-se acerca do
início, ontem, do fórum “Porto Alegre: Uma Visão de Futuro”, comentando a
palestra então proferida pelo Professor Orlando Strambi, sobre “Planejamento e
Mobilidade Sustentável”. Também, abordou empreendimentos na área da construção
civil atualmente verificados na Zona Sul do Município e elogiou atividades do
Fórum de Entidades no processo de análise do Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano Ambiental da Cidade. O Vereador Claudio Sebenelo saudou a indicação das
Vereadoras Margarete Moraes e Maristela Maffei como Líder e Vice-Líder da oposição
neste Legislativo. Além disso, questionou a atuação das organizações não governamentais
na sociedade contemporânea e avaliou as funções a serem desempenhadas pelo
Poder Público, destacando que o Estado precisa exercer um papel de gerador de
desenvolvimento, e não de ente responsável pela absorção de prejuízos em
momentos de recessão e crise econômica. A Vereadora Maristela Maffei, enfatizando
a importância do trabalho empreendido pelo Ministério do Meio Ambiente,
declarou que a demissão da Ministra Marina Silva é uma decisão lamentada pelas
entidades ambientalistas do País. Igualmente, leu trechos de artigo intitulado
“A natureza não é muda”, do escritor Eduardo Galeano, que atenta para a
complexidade dos fatores envolvidos no tema e os limites que regem a ação do
ser humano junto ao ecossistema no qual se insere. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pela oposição, o Vereador Aldacir Oliboni criticou a gestão do Secretário
Eliseu Santos, afirmando que Sua Senhoria não responde convocações efetuadas
por esta Casa para comparecimento junto à Comissão de Saúde e Meio Ambiente.
Nesse sentido, indagou as razões pelas quais não está sendo repassada pelo
Município a integralidade dos valores devidos a laboratórios conveniados ao
Sistema Único de Saúde em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo,
o Vereador Professor Garcia saudou o transcurso, hoje, dos sessenta e três anos
de fundação do Partido Trabalhista Brasileiro. Outrossim, informou ter sido
agendado para o dia vinte e seis deste mês o comparecimento, nesta Casa, do
Secretário Eliseu Santos e teceu considerações atinentes ao Programa de
Orçamento Participativo, parabenizando a forma como esse instrumento de
consulta popular é conduzido pelo Governo Municipal. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos
005 e 004/08, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Claudio Sebenelo e
Alceu Brasinha, os Projetos de Lei do Legislativo nos 080, 081, 082,
086, 087, 088, 091, 092, 097, 099, 100, 101 e 068/08, este discutido pelo
Vereador Adeli Sell; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
241/07, discutido pelo Vereador Carlos Comassetto, 034, 077 e 051/08, este
discutido pelo Vereador Alceu Brasinha. Às dezessete horas e sete minutos,
constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Sebastião Melo e Ervino Besson e secretariados pelo Vereador Ervino
Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra
para um Requerimento.
A SRA. NEUZA CANABARRO (Requerimento): Presidente, solicito a inversão da ordem
dos trabalhos do Grande Expediente com o de Comunicações, com o consentimento
das Lideranças do Governo e da oposição, justificando que nós estaremos
homenageando uma escola e há crianças presentes.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento da Verª Neuza
Canabarro. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Passamos às
Hoje, este período é
destinado a assinalar o transcurso do 25º aniversário da Escola Estadual de
Ensino Fundamental William Richard Schisler, nos termos do Requerimento de
autoria da Verª Neuza Canabarro.
Convidamos para
compor a Mesa a Srª Naiara Barbedo, Diretora da Escola. Seja bem-vinda,
professora! Convidamos também a Srª Yolanda do Amaral Rodrigues, primeira
Diretora da Escola. Como extensão da Mesa, honrando-nos com suas presenças,
registro também a presença das Sras Neiva Maria Redivo Marques, Ieda Maria
Morsch Beier, Lenia Leonilda Borsato, Vice-Diretoras; a Srª Santina Correa
Galli, Orientadora Educacional; a Srª Sandra Maria Sá Faria, Presidenta do
Conselho Escolar; a Srª Vera Regina Rodrigues, Presidenta do Círculo de Pais e
Mestres; o Sr. Airton Oliveira, ex-Presidente do CPM; professores, pais,
funcionários e alunos da Escola, todos são muito bem-vindos.
A Verª Neuza Canabarro, proponente desta homenagem,
está com a palavra.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Este é um
momento por demais emocionante para quem é professor! Vemos tantas crianças,
ainda mais eu, que estou tendo a oportunidade de voltar à regência de classe no
Fórum de Entidades. Eu tenho este privilégio, porque a Verª Maria Celeste, como
Presidenta desta Casa, no ano passado, com seu voto me escolheu para coordenar
o Fórum de Entidades, e é muito gratificante quando se vê a produção intelectual
que dali sai, a integração, o respeito e a harmonia.
E hoje, quando eu
vejo aqui crianças neste Plenário, fico profundamente
emocionada, porque a vida de um professor é a escola. Quem não gosta da sala de
aula, não pode ser professor. Sempre que vou a uma escola, fico muito
gratificada. E esta homenagem à Escola Estadual de Ensino Fundamental William
Richard Schisler é muito significativa para quem tem uma vida dedicada à
Educação. As escolas nos acompanham durante toda a nossa trajetória e têm, em nossa
formação, um papel fundamental que deixa marcas inesquecíveis. Quem não se
lembra da primeira escola, da primeira professora e da primeira sala de aula?
Com certeza essas imagens estão gravadas na memória de todos os presentes.
A Escola Estadual William Richard Schisler é parte
da história da Educação no nosso Estado. Fundada há 25 anos, em março de 1983,
já alfabetizou e deu os fundamentos da educação formal para centenas de
crianças que hoje são jovens e atuantes na sociedade. É importante destacar que
sua construção é fruto da solidariedade e da responsabilidade social do Grupo
RBS, que ergueu o prédio e entregou a escola à comunidade do Menino Deus numa
cerimônia em que estiveram presentes o saudoso Maurício Sirotsky Sobrinho e
Jayme Sirotsky, diretores da Empresa na época.
Também destaco a colaboração do Sr. Airton
Oliveira, que, na época da construção, foi presidente do Círculo de Pais e
Mestres, atuando como um pai presente e articulador em todos os momentos e
atividades da Escola. E esta citação, Airton, não é por tu seres meu amigo; ela
foi um pedido da Diretora da Escola.
Quero também fazer referência ao Pastor Evangélico,
William Richard Schisler, que deu o nome à Escola. Nascido nos Estados Unidos,
ele adotou o Rio Grande do Sul como sua terra, entre 1921 e 1961. Durante 40
anos, lecionou em Uruguaiana e Passo Fundo, onde deixou sua marca de educador.
Inicialmente, a Escola se chamava Grupo Escolar
Roquette Pinto e funcionava em dois pavilhões de madeira, localizados entre as
avenidas Ganzo e Bastian, com Ensino Fundamental de 1ª a 5ª séries; era
dirigido pela Prof.ª Yolanda Maria do Amaral Rodrigues, que continuou no cargo
na atual sede.
O novo prédio tinha, inicialmente, 500 alunos, de
1ª a 6ª séries, e 50 professores. Ocupavam dois pavimentos de alvenaria, com
oito salas de aula, secretaria, direção e outras dependências. Ao longo do
tempo foi ampliado com mais três salas de aula, um casarão para a cozinha,
refeitório, depósito de nutrição, quadra de esportes e pracinha para a
pré-escola.
A Escola Estadual de Ensino Fundamental William
Richard Schisler se dedica ao resgate da auto-estima do aluno com um trabalho
integrado entre família e Escola, acompanhado por psicólogas, psicopedagogas, e
com o apoio de voluntários. Destaco, aqui, o trabalho da direção e do corpo
docente na sua dedicação aos repasses de valores e limites, e em estimular o
comprometimento familiar. O empenho da Escola em reconhecer a realidade de cada
aluno, promover conselhos de classe com a participação de pais, alunos e professores,
na busca de caminhos para uma Educação de qualidade é, com certeza, a razão do
seu sucesso.
O pensador romano Sêneca, nascido no ano 4 antes de
Cristo, afirmou: “A Educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre
toda a vida”.
“Educar” vem do latim, e significa, literalmente,
“conduzir para fora”, ou seja, preparar o indivíduo para o mundo, e esse papel
a Escola faz com excelentes resultados.
Destaco também o incentivo à liberdade de expressão
dos alunos e o desenvolvimento de potencialidades como o canto, a dança e as
artes plásticas.
Convicta de que estão no caminho certo, manifesto à
direção da Escola, aos professores, alunos e pais o meu sincero entusiasmo com
a orientação pedagógica e o sucesso do trabalho da Escola.
Parabéns à Diretora Naiara Barbedo, às
Vice-Diretoras... (Palmas.), a toda a equipe diretiva, aos pais, alunos e
professores, a todos vocês, e a estas crianças maravilhosas que têm o
privilégio de estar numa escola desse nível. Muito obrigada pela distinção!
(Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações.
O SR.
JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente da Câmara Municipal, Ver. Sebastião Melo; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
De uma maneira toda carinhosa, quero cumprimentar a Prof.ª Yolanda do Amaral
Rodrigues, primeira Diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental, que nos
liga a laços de lembranças comuns, inclusive do esposo, irmão de farda, Cel.
Makzen. Quero aqui também cumprimentar as Vice-Diretoras Neiva, Ieda e Lenia;
as professoras aqui presentes; o grande e eterno colaborador do nosso Colégio,
o Sr. Airton Oliveira. Quando olho para todos que estão aqui - não sei se há pais
junto com os alunos, com certeza há -, em especial os alunos, comovo-me muito.
Foi uma grata surpresa, quando cheguei ao plenário hoje e estava prevista esta
homenagem pelos 25 anos dessa Escola. Eu sou muito ligado, afetivamente, a
esses dois educandários, que para mim é um só: Roquette Pinto e o William
Richard, porque nada mais, nada menos do que os meus três filhos - a Márcia,
filha mais velha; o Ederton André, filho do meio; e o mais novo, João Fabrício
-, com certeza, as idades deles estão representadas nos alunos que estão aqui.
Uns entraram no jardim, outros, na pré-escola, mas todos os três, Diretora,
começaram a galgar o ensino, a sua cultura, a sua alfabetização, nesse
Educandário. Lembro muito, Diretora Yolanda, o nosso Roquette Pinto, na Av. Bastian,
que era uma travessia de quarteirão, numa rua em que se pediam melhorias, mas
estas não vinham, porque estava fadado ali a ser uma rua. Participei, Airton
Oliveira, do Círculo de Pais e Mestres. Então, não poderia deixar de
trocar o meu discurso, hoje, e falar, de coração, o que representa essa Escola
na minha vida, o que representam essas professoras que estão sentadas aqui,
representando, aliás, todas as professoras e todos os filhos dos brasileiros,
porque digo que a professora não é nem mais, nem menos do que uma mãe, mas, com
certeza, a segunda mãe ela é de todos os nossos filhos, e, principalmente,
nessa educação singela que são os primeiros passos de todo e qualquer ser
humano, que é o Ensino Fundamental. O momento mais precioso da vida dos nossos
filhos, é esse momento que essa escola faz, que a professora faz, porque ali
estará sedimentado o futuro dos nossos filhos: se ele vai gostar de ser
estudante, se vai gostar de estudar, depende, com certeza, como eu dependi,
principalmente da minha primeira professora. Os meus filhos tiveram os
primeiros professores nesse Educandário.
Dizer
dos desafios que as escolas todas enfrentam, as escolas estaduais, é dizer o
que vocês sabem melhor do que eu; dizer dos salários dos professores, das
dificuldades dos professores para cumprir a sua missão tão importante, é dizer
muito, com menos sabedoria do que as próprias professoras que aqui estão, que
vivem o dia-a-dia, mas nós também sabemos das dificuldades que elas têm para
exercer essa nobre missão. Eu tenho esperança de que este País inverta isso; e
eu sempre digo que estamos caminhando, em muitas coisas, na contramão da
história. Que a gente reverta isso, Prof.ª Neuza - a quem parabenizo por me
deixar feliz no dia de hoje, por essa maravilhosa homenagem de caminharmos
através da história -, e possamos dar a este País a grandeza que ele merece, a
solidariedade de sermos brasileiros como nós todos merecemos, e isso só pode
ser feito por meio da educação, de uma educação séria, qualitativa, homogênea
para todos os nossos filhos de 1º e 2º Graus. Com certeza, se fizermos isso, se
alcançarmos isso, não precisaremos ter cota disso ou cota daquilo; seremos
todos irmãos e iguais, independentemente de nossas cores, das nossas religiões,
seja do que for.
Digo tudo isso, emocionado; tenho certeza de que
nós haveremos de chegar, como disse Afonso Celso, necessariamente ao brilhar do
meio-dia. Se nós chegarmos ao brilhar do meio-dia na Educação do nosso País,
principalmente desses pequenos filhos, nós teremos a Nação com que todos
sonhamos: grandiosa, rica, mas, principalmente, igualitária e solidária.
Sr. Presidente, desculpe-me ter passado do meu
tempo, mas foi a emoção. Quero aqui beijar simbolicamente o coração de todos vocês, Diretora Yolanda, Diretora Naiara. Tive o
prazer - apenas quero citar - de ter aqui algumas professoras que acompanharam
os meus três filhos: a Professora Luci Moreira da Cunha e a Professora
Elizabeth Fernandes. Que Deus abençoe essas missionárias e esses colaboradores
do ensino; e aqueles que acreditam na história deste País, necessariamente
terão que lutar por melhoria na Educação, e principalmente aquele que é o
mentor da educação, que são os professores. Muito obrigado, que Deus abençoe a
todos! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maristela Meneghetti.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Primeiramente, queremos parabenizar a Verª Neuza Canabarro por nos
dar a oportunidade de, nesta tarde, homenagear esta Escola. Quero dizer que -
não sei se a Professora Yolanda se lembra -, quando foi inaugurada a Escola, eu
era Diretor do CETE. Nós tínhamos quatro mil alunos no CETE, e foi uma Escola
que foi muito bem acolhida: primeiro, duas Escolas na Botafogo, de um lado a
Presidente Roosevelt, e, quase do outro lado, a Willian Richard Schisler,
nascendo já com um patrimônio, porque já tinha alunos de outra escola. E lembro
que, naquela época, quando eu passava pelas escolas do entorno, muitos alunos
surgiram com um potencial enorme para a prática desportiva. Não sei se ainda
continuam, porque eu já estou Vereador há 12 anos; sou Professor do Estado
licenciado. Lembro muito bem que, quando essa Escola foi inaugurada, era uma
escola moderna, com um prédio bonito.
Também quero ressaltar, pesquisando recentemente,
que uma ex-aluna dessa Escola é a primeira aviadora militar do Rio Grande do
Sul, a Camila Bolzan, que estudou nas séries iniciais, de 1ª a 4ª série, e hoje é a
primeira e única aviadora militar deste Estado; filha oriunda dessa Escola.
Então, mais uma vez, nós podemos ver que, com todas as dificuldades que existem
no ensino público do nosso Estado, ainda assim é possível fazer um ensino de
excelência. E, esse ensino de excelência, sabemos que, na maioria das vezes, se
dá graças ao esforço, à abnegação dos docentes, porque quem é professor sabe.
Eu sempre digo: eu estou Vereador, mas Professor serei sempre, e por opção.
Quero também ressaltar que a trajetória dessa
escola, que hoje conta com aproximadamente 800 alunos, tem enriquecido, e
muito, a história não só do bairro Menino Deus, porque sabemos também que hoje
grande parte dos alunos vem de outros bairros, o que também é uma
característica que está ocorrendo. Como Vereadores, aqui, muitas vezes
recebemos reclamações de famílias que colocam como dificuldade do seu orçamento
a questão do próprio transporte escolar.
Neste sábado, prezada Diretora, estarei lá, às 10
horas, para comemorar, junto com a comunidade educativa, os 25 anos da
Instituição, que mostram muito bem a excelência dessa Escola que, ao longo
desse curto espaço de tempo, tem demonstrado o verdadeiro valor do ensino público
gratuito e de qualidade. Por isso, quero, em nome dos meus colegas Vereadores
do PMDB, Ver. Sebastião Melo, Ver. Raul Fraga, Ver. Bernardino Vendruscolo e
Ver. Haroldo de Souza, saudar a Escola, a primeira Diretora aqui presente, que
faz parte, e fará sempre parte da história, os professores, alunos, pais e a
comunidade em seu todo. Parabéns, vida longa a essa Escola! Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Nós queremos, em nome da presidência da
Casa, Professora Naiara, Professora Yolanda, nos somar à justa homenagem
proposta pela nossa querida Verª Neuza, e tenho certeza de que os três
Vereadores que usaram a tribuna expressaram o sentimento dos 36 Vereadores
desta Casa, do reconhecimento aos senhores e às senhoras professoras, aos alunos,
à família escolar. Portanto, o nosso abraço muito fraterno.
Suspendo os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h48min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h50min): Estão
reabertos os trabalhos. Solicito que seja feito silêncio, porque um orador vai
à tribuna.
O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em
Comunicações.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Boa-tarde a
todos, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores, Vereadoras, alunos,
professoras, o nosso cumprimento. Quero, nesse período de Comunicações, espaço
de tema livre, dizer que hoje, ao meio-dia, estive no centro da Cidade, fui
resolver um assunto pessoal, e passei no entorno do Paço Municipal. E aquilo
que já tinha percebido nas ruas em geral da nossa Cidade, também, infelizmente,
percebi nas calçadas do Paço Municipal. Este Vereador teve um grande orgulho,
quando foi Secretário de Obras, na última Administração Popular, de ter a
oportunidade de gerenciar a obra de restauração do Paço Municipal, Projeto da
Secretaria Municipal da Cultura, executado pela SMOV. A calçada do Paço Municipal
tomou o desenho e a forma da construção original do nosso prédio mais
importante do Município.
Pois bem, Ver. Ervino, fiquei muito triste hoje à
tarde. Eu já tinha trazido, aqui, algumas fotos da situação em que se encontra
a Rua da Praia, a nossa mais conhecida e mais querida rua da nossa Cidade. Pois
bem, Ver. Dib: as calçadas do Paço estão no mesmo caminho. Foi feita uma
pesquisa e tivemos o cuidado de refazer aquilo começou no século passado. As
pedras foram fabricadas com o mesmo desenho e a mesma forma.
O Paço terminou a sua construção em 1902. O
primeiro ocupante foi o intendente José Montaury. Pois bem, agora, o que está
acontecendo? À medida que cada lajota vai sendo retirada - e muitas não foram
repostas - estão colocando apenas argamassa. Todo trabalho feito antes está
sendo perdido. E a casa onde trabalha o Prefeito está dessa forma; mais um
aspecto da nossa Cidade que perde qualidade, que anda para trás!
Então, eu quero registrar, em primeiro lugar, a
minha tristeza como porto-alegrense adotado. Sou alagoano, mas me sinto
porto-alegrense, me sinto adotado por esta Cidade. Em segundo lugar, por ter
sido o Secretário que gerenciou aquele restauro, Ver. Dib. Está-se perdendo um
pouco já no lado de fora; espero que, dentro, não, pelo menos. Mas as calçadas,
em que nós tivemos o trabalho de pesquisar, reconstruir e mandar fabricar
aquelas pedras, estão nessa situação!
Segundo, numa reunião recente da CEDECONDH, nós
fomos procurados pela comunidade da Vila Dique, que trouxe o seguinte, Ver.
João Antonio Dib: nós vamos ter um grande projeto, num total de 48 milhões de
reais, dos quais 33 milhões de reais vindos do Governo Federal, através do PAC,
para o deslocamento da Vila Dique para uma área mais adequada, a fim de
permitir o alongamento da pista do Aeroporto. A presidenta da Associação disse
que até março deste ano, não recordo o dia, tudo andava bem com o DEMHAB, até
que o ex-diretor, Nelcir Tessaro, esteve na comunidade e disse que a Caixa
Federal tinha imposto um projeto para a comunidade. Era um pequeno prédio, em
que ficariam quatro imóveis com o mesmo pátio. Aí bateu um pavor na comunidade.
Imagine, Ver. Alceu Brasinha, um pequeno prédio de quatro unidades com um
pequeno pátio comum, quando o contrato era o de uma casa para cada família.
Estava presente na reunião da CEDECONDH o
representante da Caixa Federal, que negou isso terminantemente. Aquilo era uma
inverdade. Quem tinha definido o projeto era o DEMHAB, era o ex-diretor, Nelcir
Tessaro. E eu disse, na ocasião, que o DEMHAB estava transformando “um colibri
num urubu”. Uma coisa importante, de 33 milhões, a fundo perdido, estava
enlouquecendo a comunidade, numa situação em que 30% dos que lá moram são
carroceiros, têm cavalos. Como é que iam ficar num mesmo pátio, Ver. Raul?
Felizmente - eu soube hoje - foi deserta a licitação e o DEMHAB agora resolveu
modificar o projeto e fazer uma casa para cada família.
Ficamos contentes por termos participado dessa
solução, pois o DEMHAB, em vez de deixar as famílias numa situação melhor, ia
enlouquecê-las com a nova situação. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra
em Comunicações.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, ocupo a tribuna neste
período de Comunicações, na data de hoje, Ver. João Antonio Dib, com muito
pesar e muita tristeza pela morte de mais um soldado da Brigada Militar em
nossa Cidade. Digo com pesar e tristeza, porque esta Casa teve a oportunidade de
rever uma antiga Lei e não o fez; aliás, o fizemos, mas quando o fizemos,
acabamos por derrotar um Projeto de minha autoria, que garantia aos brigadianos
da cidade de Porto Alegre a continuidade da isenção, que hoje já existe, no
transporte coletivo, apenas desobrigando-os do uso da farda. Essa era a
essência do Projeto que apresentamos no ano passado e que, lamentavelmente, foi
derrotado nesta Casa. E mais uma vez - a exemplo do PM Ivonildo, morto no ano
passado -, vimos, com muita tristeza, a morte do Tenente Gilnei, nesta semana,
e, lamentavelmente, ainda ouvimos comentários como “a corporação tem que usar a
farda, tem que ter orgulho de usar a sua farda”. Nós sabemos o quanto os
soldados e praças da Brigada Militar têm orgulho de usar a sua farda em serviço,
mas, para o seu deslocamento, não há necessidade do uso desse uniforme. E o
singelo Projeto desta Vereadora foi derrotado nesta Casa por pressão econômica;
foi derrotado nesta Casa, por solicitação do Governo Municipal, Ver. Professor
Garcia, com o compromisso da Liderança à época, a Verª Clênia Maranhão, de que
iam buscar uma alternativa para aquela questão proposta através do meu Projeto
de Lei junto à Associação dos Cabos e Soldados, junto à Associação de Soldados
e Tenentes. Até hoje o Prefeito Municipal não chamou as entidades para
conversar, mesmo instalando a bilhetagem eletrônica, pois foi essa a desculpa
dada pelo Governo para a não- aprovação do meu Projeto nesta Casa. Até hoje o
Prefeito não chamou as categorias da Brigada Militar para buscar uma
alternativa.
E pasmem, Sras
e Srs. Vereadores: a cidade de Canoas já colocou em prática o Projeto de Lei
que garante que a Brigada Militar possa estar em deslocamento da sua casa para o
serviço, com o passe livre, sem a necessidade de estar usando a farda.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Querida Verª Maria Celeste, eu
acho que a tudo o que for feito em benefício e para a proteção da nossa querida
Brigada Militar nós não podemos ir contra. Agora, convenhamos, o seu Projeto...
V. Exª sabe que, no fim de semana passado, um amigo nosso, Tenente da Brigada,
desceu do ônibus, ia passar pelo posto, e estavam assaltando o posto - ele não
estava no ônibus - e o mataram porque ele estava fardado. Tem é que endurecer, fazer
leis mais duras para a bandidagem, Vereadora; é isso que tem que acontecer. Sou
grato a Vossa Excelência.
A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada,
Ver. Ervino Besson. Temos conceitos diferentes. Aliás, as entidades têm
conceitos diferentes desse, mas eu respeito a sua opinião.
Eu gostaria de dizer, também, que a isenção já é
permitida, ninguém está criando nada de novo. Mas, lamentavelmente, não há uma
preocupação com a Brigada Militar no Estado do Rio Grande do Sul, tendo em
vista o salário, o soldo de um praça: R$ 782,00. Aliás, é o salário mais baixo
pago no Brasil! É disso que se trata, Ver. Ervino Besson. Quando se tem uma
oportunidade, inclusive com uma legislação simples, em nível de Município, de
favorecer esses valorosos homens que lutam com mínimos recursos e condições de
trabalho para garantir a segurança no Estado do Rio Grande do Sul... A
segurança está muito, muito aquém de ser, de fato, a melhor segurança ou a
segurança em condições de regularidade, que dê à população tranqüilidade. O que
nós vemos, em vez disso, são os bandidos andando pelas ruas. Agora virou moda
tiroteios pela Cidade e, mais do que nunca, os brigadianos com farda, sim,
estão se tornando alvos dos marginais em nossa Cidade. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Nobre
Vereador-Presidente, solicito que seja feito um minuto de silêncio em memória
de Jean Vardaramatos, falecido hoje pela manhã.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Era uma
figura muito querida de nossa Cidade e de muitas contribuições. Deferido o
pedido, Vereador.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mauro
Zacher está com a palavra em Comunicações.
O SR. MAURO ZACHER: Ver. Sebastião
Melo, Presidente desta Casa, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
antes de mais nada, Sr. Presidente, eu queria saudá-lo pelo evento ontem
realizado na PUC, que teve uma participação ampla, dando a esta Casa esse novo
olhar, inaugurando uma nova era, poderíamos dizer assim, com a Casa se
preocupando de maneira mais efetiva com um olhar para o futuro: “Fórum de Porto
Alegre, uma Visão de Futuro”.
Chamou-me bastante atenção, hoje, que o jornal Zero
Hora noticia como algo de consenso entre os palestrantes, entre os
participantes, a importância das ciclovias em nossa Cidade. Este é um assunto
ao qual eu tenho me detido já há alguns meses, tendo a oportunidade de receber
em meu gabinete diversos ciclistas, entidades que representam esse grande
número de pessoas que praticam essa arte de pedalar em nossa Cidade.
Participamos e, inclusive, ajudamos a Câmara de Vereadores a realizar um
passeio ciclístico na semana da nossa Cidade, mostrando e reivindicando um
olhar diferenciado para os nossos ciclistas aqui na Cidade.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Mauro Zacher, ao saber que o
Secretário de Transportes e o Diretor-Presidente da EPTC têm um plano
cicloviário, eu devo ficar muito contente, porque imagino que esse plano
cicloviário esteja contido num plano viário de que a Cidade tanto necessita.
O SR. MAURO ZACHER: É verdade,
Ver. João Dib. V. Exª já tem chamado a minha atenção no sentido de a Cidade não
só ter um plano viário, mas
também ter, em conjunto, aquele espaço necessário para a segurança do nosso
ciclista trabalhador, do nosso ciclista esportista.
O SR. MAURO ZACHER: Agradeço, Ver. Ervino Besson.
O Secretário Senna já anunciou para nós que estará
enviando a esta Casa o Plano Diretor Cicloviário, o que nos possibilita,
realmente, oportunizar àqueles que já usam a bicicleta como meio de transporte,
a muitos trabalhadores, dar oportunidade àqueles, assim como eu, que gostam de
pegar a sua bicicleta no final de semana e fazer o seu esporte. Números que nós
temos: 53% dos ciclistas utilizam a bicicleta como meio de transporte; 29% para
uso infantil, e apenas 1% para lazer. Mas o que a gente sente na população,
quando falamos em ciclovias, é, realmente, a insegurança que nós temos hoje.
Então, fico feliz, primeiro, por esse Fórum estar inaugurando - e eu posso
dizer com a maior tranqüilidade - uma nova era para esta Casa, de pensar a Cidade
para um futuro; e segundo, porque a imprensa dá uma grande importância, como
resultado desse Fórum, às ciclovias.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Mauro Zacher, este tema V. Exª deve pautar na Comissão de
Educação, mas eu quero fazer uma observação. Estou voltando do OP na zona sul,
e quero lhe trazer que tenho visto uma perspectiva. Eu gostaria muito que a
zona sul, o extremo sul fosse pensado para ter ciclovia, porque lá as pessoas
usam a bicicleta para ir à escola, para trabalhar, para ir ao supermercado, e
andam num acostamento que não existe. A Estrada da Serraria, a Estrada da Ponta
Grossa teriam espaço para se fazer ciclovia; quer dizer, ali não dá para dizer
que é um problema, que não tem lugar onde se adequar. Comecemos pela zona sul,
privilegiando o trabalhador, os alunos, e, aí, tenho certeza de que os
esportistas também vão aproveitar.
O SR. MAURO ZACHER: Devo esse assunto à Presidência da
Comissão de Educação, Cultura e Esportes, Verª Sofia Cavedon, mas a zona sul já
está prevista nessa primeira etapa das ciclovias, no trecho da Restinga, para
que aqueles milhares de trabalhadores que usam a bicicleta como meio de
transporte sejam privilegiados, assim como os esportistas, bem como nossos estudantes
que vão para a escola. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): O Ver.
Maurício Dziedricki está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Luiza.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Minha saudação ao Ver. Sebastião Melo,
Presidente desta Casa, aos Vereadores e Vereadoras desta Casa que fazem deste
tema uma pauta de discussão de temas de Porto Alegre. O assunto que me motiva a
buscar a tribuna, neste momento, foi uma reunião da qual participei ontem -
Ver. Dr. Goulart -, no Lami, extremo sul da Cidade, numa comunidade
participante do Orçamento Participativo. Essa comunidade encontra-se numa
configuração urbana em que há ainda a mistura de áreas rurais com áreas urbanas
da Cidade; e tal configuração vem sendo mudada, transformada nos últimos dez
anos por loteadores irregulares. Ontem visitei três ruas, uma associação
comunitária e uma ONG que tem um trabalho social com aquela comunidade.
Encontrei lá mais de cem lotes completamente desprovidos de regularização
elétrica, cloacal, de correios, por força da ocupação irregular que ocorreu na
zona sul nos últimos 15 anos. E tal loteamento irregular é um exemplo dentre
outros duzentos que estão sendo trabalhados pela Secretaria de Planejamento
Municipal. Naquela ocasião em especial, um loteador - conhecido pelo Ministério
Público, conhecido pela Justiça e pela Procuradoria-Geral do Município, Ver.
João Antonio Dib, por mais que a Prefeitura tenha embargado as suas obras -
continua a executar os loteamentos. Loteamentos que levam um terreno barato,
mas desprovido de assistência infra-estrutural. E aí nossa preocupação enquanto
Vereador, Ver. Ismael Heinen, é saber de que forma nós queremos nossa Cidade,
porque esse tipo de população é aquela que vai buscar no Orçamento
Participativo, não as creches, não as escolas, não os postos de saúde, mas vai
buscar, por meio da infra-estrutura e por meio da regularização, dignidade para
a sua condição.
E ontem, Ver. Dib, eu pensava: será que isso foi um
problema só do Poder Público? Acredito que parte tenha sido; mas parte, também,
foi dos loteadores que vêm construindo Porto Alegre de forma irregular. Por
mais que tenhamos embargos e notificações no âmbito administrativo, carecemos
de uma ação mais ativa por parte do Poder Judiciário, que cerceie o direito de
construção desses que abusam da Cidade. Então, como muitos dos expedientes que
eu tenho visto nesta Casa são de comissões conjuntas, gostaria que a minha
Comissão, a Comissão da qual faço parte, a CEDECONDH, juntamente com o Ver.
João Bosco Vaz, com o Ver. Ervino Besson, os componentes da CUTHAB, pudéssemos
fazer uma ação conjunta, chamando o Secretário Fortunati aqui, para buscarmos
maiores explicações de como está sendo trabalhada essa questão dos loteamentos
irregulares, porque eles carecem, Ver. Nilo, de infra-estrutura.
Quero tratar de uma pauta, aqui, muito estimulante,
que é sobre o Centro da Cidade. O Ver. Adeli Sell, morador do Centro, conhece
as dificuldades e conhece, também, as obras que a Prefeitura fez: 21 ruas
asfaltadas, abertura da Av. Borges de Medeiros, camelódromo, enfim, são amplas
as conquistas. Mas o que eu quero tratar aqui é com relação à conservação do
passeio, que o Ver. Guilherme Barbosa aqui tratou. Realmente, existe uma preocupação
com isso. Hoje, o equipamento que nós estamos usando é a colocação imediata de
argamassa, por força e substanciado numa ação do Ministério Público Estadual,
Ver. Adeli Sell, ao tempo do Prefeito Tarso, que definiu um quadrilátero de
acessibilidade. Lá no Paço, em particular, foi executada uma obra de drenagem,
agora, em que houve a remoção dos passeios, dos ladrilhos, e que precisava,
imediatamente, por força dessa fiscalização, da correção do pavimento.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu gostaria que fizéssemos uma ação conjunta, para que houvesse uma
fiscalização, principalmente das calçadas, por parte da SMOV. O que faltou no
Centro, Vereador, é a Rua Espírito Santo, não se esqueça disso; já falei para o
senhor!
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: É uma das vias que está sendo trabalhada
pelo Programa que define quais são as revitalizações a serem feitas. Mas com a
fiscalização, Ver. Adeli Sell – concordo -, principalmente, imputando a
educação, porque uma calçada bem-fiscalizada, com uma boa manutenção, garante
aquilo que o Secretário Tarcízio, da Secretaria de Acessibilidade, tanto busca,
que é segurança na locomoção daqueles que mais dificuldades têm: os
cadeirantes, os portadores de alguma necessidade especial, naquela região para
onde converge a Cidade. Portanto, funda-se em ações conjuntas e concretas a
preocupação que nós temos em restabelecer um centro de acessibilidade, sem
lembrar, é claro, Ver. Sebastião Melo, a participação do Epahc, que tem nutrido
e acompanhado essas ações, porque esse é o órgão que mais preocupação tem com
relação à reserva do patrimônio histórico da cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoamos Requerimento do Ver. Guilherme
Barbosa de Licença-Luto do dia 12 ao dia 13 do corrente mês.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Vossa Excelência lembra que há uns
três meses nos reunimos com a Vivo, quando nos foi prometido resolver o
problema dos telefones celulares. Acho que já é o terceiro que eu recebo este
ano. (Mostra o aparelho.) Mais uma vez fomos enganados. Tem gente que está com
um Motorola, que é uma barbaridade. Agora nos entregaram um novo aqui, da HTC,
que não tem compatibilidade com os computadores, os acessos somem mais uma vez...
Nós estamos pessimamente malservidos pela Vivo, assim como esta Cidade está
sendo maltratada por todas as empresas de telefonia móvel, telefonia fixa e TV
a cabo. Já fizemos uma Comissão especial; há ações do Ministério Público.
Faça-se justiça ao Ver. Guilherme Barbosa, que já fez reunião este ano aqui.
Sou obrigado a pedir a V. Exª uma reunião, se possível na semana que vem, para
discutirmos uma ação da Câmara Municipal, porque esta é uma Câmara pró-ativa
que defende a sua comunidade. Nós não podemos mais viver com essa picaretagem
das empresas de telefonia.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Adeli Sell, V. Exª participou da
reunião com a Direção da Vivo, e nós vamos retomar o assunto. Foi feita a
substituição; se não está atendendo, vamos chamá-los novamente.
O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo;
querido Ver. João Bosco Vaz, quero lhe dizer que o senhor deve estar com um
problema sério hoje, e muito, porque ontem à noite lembrei, refleti várias
vezes sobre aquela música do Benito di Paula, que diz: “Tudo está no seu lugar,
graças a Deus”! Mas eu quero dizer para vocês, irmãos, que eu fiquei preocupado
com o Internacional ontem, muito. Sabe por que, Ver. João Bosco Vaz? Porque eu
tenho muitos amigos colorados que certamente passaram um trabalho difícil
ontem. Eu tenho 11 irmãos que são colorados, só eu sou gremista.
(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Não. Mas quero dizer para o senhor, Ver. Maurício Dziedricki, que também tem esse problema, passou muito trabalho ontem -
Ver. Nilo Santos, nós que assistimos juntos e olhamos esse jogo com muita
atenção -, que quem sabe jogar em Recife somos nós. Nós sabemos jogar com sete,
Ver. João Bosco Vaz; com sete. Lá na Batalha dos Aflitos nós ganhamos e
retornamos para a 1a divisão. Mas o Sport vai fazer um DVD, lá na
Ilha do Retiro, porque o Internacional foi jogar lá na Ilha do Retiro, com toda
a atenção, achando que já estava classificado. Este é o problema, não
conseguiu! Mas tu imaginas, dos 20% do Rio Grande que são colorados, quantos
sofreram ontem! Muitos.
(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Vinte por cento, contando contigo, meu
irmão. Eu quero dizer que nós, que há 24 anos, 25 anos estamos na frente,
disputando as maiores conquistas que nós já tivemos, nós estivemos lá no Japão
duas vezes, vocês estiveram uma, nós ensinamos o caminho para vocês. Se vocês
tivessem perguntado ontem para nós como é que se joga lá em Recife, nós
teríamos ensinado! Ver. João Bosco, eu quero dizer para o senhor que eu gosto
de esporte, não é só o senhor que pode gostar de esporte; eu gosto muito e olho
com atenção todo tipo de esporte que passa na televisão, em uma praça ou onde
quer que seja. Mas te confesso que eu fiquei ontem com pena do Internacional de
“levar aquele chocolate” lá no segundo tempo. Fiquei com pena. Nós deveríamos
assinar uma “moção de repúdio” pelo que fizeram com o Internacional ontem.
(Aparte anti-regimental do Ver. Nilo Santos.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Tu assinas? Então eu vou contar contigo.
Tanta coisa o esporte proporciona para a gente!!
Mas eu também estava ouvindo a mídia nacional falar
um pouquinho lá de cima, porque eu sempre ouço o Vereador falar tanto de
Brasília! Mas ontem, quando eu estava assistindo - tenho uma admiração profunda
pelo Presidente Lula, gosto muito dele -,o Presidente estava procurando um
Secretário para assumir no lugar da Ministra, aliás, um Ministro. Nós temos
aqui um Vereador que tem toda a competência para ser Ministro do Meio Ambiente:
Ver. Beto Moesch, que entende tanto de ambientalismo, não é, Ver. João Dib? Eu
acho que seria um bom nome! Que o Presidente olhasse para cá, porque, aqui
nesta Câmara de Vereadores, tem gente que entende muito de ambientalismo. Seria
isso. Voltando mais uma vez a dizer: “tudo está no seu lugar, graças a Deus!”
(Não revisado pelo orador.)
O que quero trazer também está em pauta, Verª Maria
Celeste, é o assassinato do Tenente da Brigada Militar. Principalmente porque
está vinculado a dois ou três assuntos que me preocupam há muito tempo neste
Plenário. Um, é fazer com que a Guarda Municipal e Brigada Militar, para gozar
de um direito constitucional - o vale-transporte - tenham a necessidade de
estarem fardados. Vejam, o soldado do Exército Brasileiro tem vale-transporte.
O “soldadinho” tem vale-transporte! Agora, por que a Brigada Militar e a Guarda
Municipal não usufruem esse direito? Aliás, Verª Maria Celeste, na lei que
estabelece o direito ao vale-transporte, diz: “devidamente identificado” Isso
não quer dizer fardado. Temos aqui mais um crime! Mais uma perda de um irmão de
farda, ocasionado por estar fardado. Dito pela própria esposa dele que ele
andava fardado, porque eles estavam com necessidades financeiras, para poder
gozar da gratuidade do transporte coletivo, voltando do seu trabalho, voltando
do seu emprego. Todas as outras categorias... os funcionários da Câmara têm
vale-transporte, sim; por que o “soldadinho” tem que andar fardado para ter?
Isso não é estratégia de segurança; só no nosso Estado talvez! E principalmente
porque ele estava passando na frente de um posto de gasolina que estava para
ser assaltado por dois motociclistas, Brasinha; com capacete! Com capacete!
Sobre isso eu recebo um monte de e-mails todos os dias: uns a favor;
outros, contra, mas eu digo: proibir o uso é uma coisa, depois, tem de coibir.
Há uma regulamentação - aliás, está trazendo para nós, o Sr. Prefeito, a
preocupação sobre a rapidez da aprovação da regulamentação.
Da mesma forma, foi aprovado ontem no Congresso
Nacional o uso das tornozeleiras ou pulseiras para aqueles assaltantes,
bandidos, que, em regime aberto ou naquelas dispensas natalinas saem a cometer
atrocidades. Hoje, se nós abrirmos as manchetes sobre a violência, nós olhamos
assim: “vitimado por um que está cumprindo pena em regime tal, regime tal, ou
por motociclistas”. Estão despontando esses tipos de assaltos, principalmente a
postos de gasolina, que estão à mercê, cada vez mais, dos usuários de capacete.
Esses não são motociclistas; esses, na gíria, se diz “motoqueiros”, que não
cumprem a lei, que querem assaltar “por banana”, tirando a vida do cidadão que
precisa trabalhar, que precisa estar frente a um posto de gasolina 24 horas
para atender à população - esse está à mercê dos “encapacetados”. Tenho
certeza, que, como ocorre em Rio Grande - li uma reportagem: “Proibido. Tire o
capacete”, pode não terminar, mas reduziu substancialmente o assalto a postos
de gasolina pelos motoqueiros com capacete.
São essas as preocupações, é nesse sentido, essa
pulseira... Agora nós temos também a proibição do uso de celulares - hoje eles
tentam coibir a entrada de celulares, mas eles entram igual. Mas não é por isso
que nós não podemos ter leis para penalizarmos aquele que as infringe com o uso
do celular: põem o celular para dentro dos presídios, e de lá são comandadas as
maiores frentes de criminalizações e de violência no nosso País. Tem que haver
a lei sim; cabe depois ao Executivo fazer com que essa lei seja cumprida da
maneira que for, mas resguardado o direito do cidadão de poder distinguir o que
ele pode usar e o que não pode. Os comerciantes ligam quando me encontram,
perguntam: “Quando é que poderemos colocar ‘proibido entrar de capacete’ neste
estabelecimento?” Tenho-lhes respondido que eles podem colocar, porque a lei
foi aprovada, foi sancionada; ao menos algum cartaz eles podem colocar, que já
será de uma grande ajuda para diminuir o assalto àqueles caixas, àqueles
funcionários do comércio que estão à mercê também desses bandidos. Era isso o
que eu tinha no dia de hoje em Liderança. Muito obrigado, Sr. Presidente e
nobres Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver. José
Ismael Heinen.
O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver.
Ervino Besson; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. Em maio de 1948 -
portanto, há 60 anos -, reunia-se a 9ª Conferência Internacional Americana lá
em Bogotá. A ela compareceram 17 países da Organização dos Estados Americanos,
inclusive o Brasil, e aí foi subscrito o documento que tomou o nome de
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem. Na verdade, o mundo não
conhece essa Declaração Americana dos Direitos e Deveres Humanos; o mundo
conhece a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que surgiu sete meses
depois, na ONU, e que esqueceu completamente do dever.
Nesses 60 anos que agora se comemoram - que se
comemorariam, se fosse aplicada -, a Declaração Americana dos Direitos e
Deveres do Homem, nos seus considerandos, tem coisas como a que vou ler agora.
(Lê.): “O cumprimento do dever de cada um é exigência do direito de todos.
Direitos e deveres integram-se correlativamente em toda a atividade social e política
do homem. Se os direitos exaltam a liberdade individual, os deveres exprimem a
dignidade dessa liberdade. Os deveres de ordem jurídica dependem da existência
anterior de outros de ordem moral, que apóiam os primeiros conceitualmente e os
fundamentam. É dever do homem servir o espírito com todas as suas faculdades e
todos os seus recursos, porque o espírito é a finalidade suprema da existência
humana e a sua máxima categoria. É dever do homem exercer, manter e estimular a
cultura por todos os meios ao seu alcance, porque a cultura é a mais elevada
expressão social e histórica do espírito. E, visto que a moral e as boas
maneiras constituem a mais nobre manifestação da cultura, é dever de todo homem
acatar-lhe os princípios”.
Entre os artigos da Declaração Americana dos
Direitos e Deveres do Homem se lê, por exemplo, no art. 28, o seguinte (Lê.):
“Os direitos do homem são limitados pelos direitos do próximo, pela segurança
de todos e pelas justas exigências do bem-estar geral e do desenvolvimento
democrático”.
No art. 30, temos o seguinte: “Toda pessoa tem o
dever de auxiliar, alimentar, educar e amparar os seus filhos menores de idade,
e os filhos têm o dever de honrar sempre os seus pais e de auxiliar, alimentar
e amparar sempre que precisarem”.
No art. 32, consta o seguinte: “Toda pessoa tem o
dever de votar nas eleições populares do país de que for nacional, quando
estiver legalmente habilitada para isso”. Nós dizemos que o voto é um direito.
Não, o voto é um dever.
Mas, no art. 37, consta: “Toda pessoa tem o dever
de trabalhar, dentro das suas capacidades e possibilidades, a fim de obter os
recursos para a sua subsistência ou em benefício da coletividade”. E no Brasil
nós adotamos a Bolsa Família, porque o Governo não consegue trabalho para a
maioria dos trabalhadores, para a maioria das pessoas, então, tiram deles o
dever de trabalhar para ter uma vida digna, recebem Bolsa Família, recebem uma
série de pequenos benefícios, mas não recebem a oportunidade digna de
trabalhar. É por isso, Sr. Presidente, que sempre digo que o direito nasce do
dever. O que falta é que muita gente cumpra o seu dever. Se todos cumprissem
com o seu dever, nós não precisaríamos da Declaração Universal dos Direitos
Humanos; tudo seria resolvido. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. MARGARETE MORAES: Eu queria
comunicar, oficialmente, que a Liderança de Oposição será composta da seguinte
maneira: como Líder, esta Vereadora; como Vice-Líder, a Verª Maristela Maffei,
e que haverá rodízio entre toda a Bancada do PT e a Bancada do PCdoB com essa proporcionalidade. Obrigada,
Ver. Ervino Besson.
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Verª Margarete Moraes. A
democracia é linda e boa por causa dessa atitude que está tendo a Bancada do
Partido dos Trabalhadores.
Em votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas do correio
eletrônico: Atas das 25ª, 26ª, 27ª, 28ª e 29ª Sessões Ordinárias. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.
Passamos ao
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo
do Ver. Aldacir Oliboni.
O SR. ADELI SELL: Ver. Ervino Besson,
colegas Vereadoras e Vereadores, uso este Grande Expediente por cedência do meu
colega Ver. Aldacir Oliboni e vou fazer, na verdade, um conjunto de
considerações sobre a Administração Pública de Porto Alegre, sobre temas
atinentes à nossa Cidade.
Eu fico pasmo de verificar o desdém da
Administração com o Mercado Público Central. Pois, hoje de manhã, houve greve
do pessoal da segurança do Mercado Público Central, não foi por falta de aviso.
Há um mês, eu alertei a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio
de que a Empresa Reação - uma das grandes picaretas do mercado, todo mundo sabe
disso, tem vários contratos com a Prefeitura, inclusive no HPS, em vários
postos de saúde - não estava pagando como deveria pagar, apesar de a Prefeitura
depositar o dinheiro. Eu tenho os contratos; a empresa está atrasando, e mais
do que isso, apresentando uma CND, que eu pedi para verificar, porque, na
verdade, os trabalhadores não estão tendo o seu INSS depositado, nem o seu
Fundo de Garantia. O mesmo problema, ou semelhante a este, porque é uma
Cooperativa, é a Algert, é uma daquelas Cooperativas que eu também considero
uma famosa “coopertrampo”: atrasa pagamentos, não faz as coisas. Os banheiros
do Mercado Público estão um lixo, uma imundice, dá nojo! Nós temos um trabalho
importante dos empresários do Mercado Público, mas nós temos um desleixo da
Prefeitura, que não cobra as ações que essas empresas, essa cooperativa tem que
fazer, que é guardar a segurança, que é guardar a limpeza e, principalmente,
que essas empresas, essas cooperativas, paguem em dia os funcionários! É uma
vergonha para Porto Alegre, que quer ser a Capital turística e cultural do
Mercosul! Tem de ter um Mercado Público preservado; isso é importante! Há dias
choveu, eu fui lá, liguei para o Secretário, porque não sou daqueles a favor da
política do “quanto pior, melhor”, muito pelo contrário: quanto pior, pior para
o povo. Eu quero as coisas boas na Cidade.
Tem mais, eu quero
colocar outras questões a respeito de Porto Alegre. O Ver. Guilherme Barbosa,
que já foi nosso diligente Secretário Municipal da SMOV, foi do DMAE, levantou
aqui o assunto, e eu também levanto, com todas as letras, o desleixo, a falta
de fiscalização com as calçadas! Porto Alegre está com as calçadas detonadas!
Há dias, uma pessoa caiu na frente do Colégio Sévigné, machucou-se gravemente,
na Rua Duque de Caxias. Isso é uma vergonha! As calçadas da Rua Riachuelo estão
completamente detonadas; não há nenhuma fiscalização, absolutamente nenhuma
fiscalização!
Outra coisa, há órgãos da Prefeitura, não vou citar
quais aqui, porque eu espero que a Liderança do Governo fale com o Prefeito,
oriente seus Secretários. Ver. Guilherme Barbosa, e eu possa receber retorno
por e-mail, pois dizem
que eu tenho que ligar para o número 156 ou que eu tenho que fazer registro
oficial na Secretaria!? É uma falta de respeito com os Vereadores, é
inadmissível! Onde está a Liderança do Governo que não nos ouve para colocar
isso para o Prefeito? Nós queremos respeito! Hoje eu não vou dizer qual a
Secretaria, porque, ainda mais, manda e-mail, em nome da Secretaria sem
assinar, não põe a cara para dizer quem está mandando.
Ver. Dib, V. Exª foi Prefeito, é Vereador há tanto
tempo, o que é isso? Onde nós vamos parar? Pedir para um Vereador ligar para o
número 156? Mas vamos nos respeitar! Tem cabimento, mandar fazer registro na
Secretaria? Eu poupo a Prefeitura de mandar papel de um canto para outro, eu
poupo a Câmara de mandar papel de um canto para outro, mandando e-mail,
usando a modernidade, mas o que faz a Prefeitura? Joga com o atraso, com o
conservadorismo, é a lentidão, não faz absolutamente nada, é uma vergonha! Nós
precisamos de uma Cidade dinâmica, nós precisamos de gestores com ousadia, que
vão para a rua quando acontecem problemas na Cidade, e não ficar entocados como
ficaram entocados dias atrás quando deu esse ciclone extratropical, ou seja o
nome que queiram dar. O pessoal será que não vê a meteorologia? Se não tem
tempo de ver TV, e eu não tenho, mas eu consulto o computador, e lá estão,
Brasinha, essas questões. Então, é uma vergonha o que está acontecendo em Porto
Alegre!
O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, Ver. Adeli Sell, eu realmente queria enfocar este tema
que V. Exª acaba de levantar, que é a questão desse grande trabalho feito pela
Câmara Municipal, por intermédio do nosso Presidente, com propostas bem
diferenciadas, por exemplo, de Curitiba, com o nosso presidente da EPTC de
Porto Alegre. A questão dos terminais é escandalosa, porque nós inclusive já
fizemos várias pesquisas de opinião pública, até com a Câmara, na Cidade, e
percebemos que a maioria da população é contra, e o Governo realmente
tem feito esses inúmeros gastos com essa consultoria. Mais do que isso, eu
queria levantar, aqui, que na região leste de Porto Alegre, no Terminal
Alameda, a EPTC trancou uma rua ao lado do Terminal, faz mais de ano, e até
então, a comunidade aguarda para poder reabrir essa rua e colocar ali a Feira
de Hortigranjeiros. Há um enorme descaso com a Cidade, e por isso gostaria de
contribuir com esses vários casos que V. Exª está levantando.
O SR. ADELI SELL: Tenho muito mais coisa, Ver. Oliboni, mas
eu vou aproveitar os meus restantes minutos para tratar de um tema polêmico na
Cidade há muito tempo, que nos divide - minha Bancada não tem uma posição unitária,
estamos discutindo, nós temos sensibilidade para discutir essas questões -, mas
há coisas que eu não posso deixar de falar: o problema das carroças é um
problema gravíssimo, porque eu estou vendo crianças, Ver. Goulart, nas
carroças, eu estou vendo pessoas lidando com o lixo sem nenhuma proteção. O
problema da saúde é gravíssimo! Falo aqui com os meus amigos médicos, Sebenelo,
Dr. Raul, Dr. Goulart, e é uma questão de Saúde Pública, por isso tem de ser
olhado. Criança fora da escola, em cima da carroça. Onde está o Conselho
Tutelar? Não sei. Eu acho que nós devemos olhar primeiro para essas pessoas
sofridas, para essas pessoas que têm como a única alternativa o recolhimento do
lixo, catar lixo na Cidade, porque a Prefeitura deixa mais de 150 t/dia por aí
para os intermediários. Aí vem o medievalismo, a turma ali da Voluntários da
Pátria, e outros, e exploram o carrinheiro; são servos, são escravos dos
intermediários, e pagam o que querem para essas pessoas. Nossos galpões de
reciclagem recebem o lixo de quinta categoria, porque o bom lixo vai para o
intermediário.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, os Governos de V. Exª fizeram aumentar o
número de carroças em Porto Alegre, de 300 para mais de 7.000. E o Prefeito
Raul Pont diz que o lixo seletivo...
O SR. ADELI SELL: “O Governo de V. Exa”. Ver. Dib não me
provoque hoje, porque eu estou turbinado além do normal, porque essas coisas
deixam a gente com os cabelos em pé. O senhor tem culpa, o meu Governo tem
culpa, eu tenho culpa, nós temos culpa. Por que nós não enfrentamos...
O Sr. João Antonio Dib: Não. Eu tinha 300 carroças quando eu era
Prefeito.
O SR. ADELI SELL: Por que nós, vendo seres humanos,
crianças, nossos irmãos em situação de miserabilidade, temos de dizer, como eu
vi na novela, “Chega! Chega de miserabilidade”! Mas há um jornalista que se
acha Deus ex machina, que deu uma de carroceiro nesta semana, mas o
negócio dele é ver os pobres continuarem como pobres, porque ele quer que as
crianças recebam esmolas nas esquinas! Isto é o que ele quer que continue
acontecendo: que as crianças peçam e recebam esmolas nas esquinas, Verª
Maristela, e continuem iguais. Verª Margarete, ele também é daqueles que acham
que é importante, é fundamental deixar o “flanelinha” pedir dinheiro, quando
deveria estar defendendo que as crianças estivessem na escola, defendendo que
os governos deixassem de gastar dinheiro em publicidade, em propagandas
veiculadas em algumas emissoras de TV, em alguns jornais! Mas deveriam estar
colocando essas crianças em creches, essas crianças deveriam estar em creches
para as mães de família terem acompanhamento da sua saúde quando ela lhes
falta. Mas ele prefere dar uma de carroceiro... Não, isso é enganação. Não tem
papo, eu vou falar sobre isso aqui, porque isso é equivocado! Nós precisamos
criar frentes de trabalho, frentes de reciclagem de mão-de-obra! Essas pessoas
não querem catar lixo a vida inteira! Essas pessoas precisam de um trabalho
digno! Nós temos falta de mão-de-obra qualificada em Porto Alegre! Obras estão
parando! Pessoas poderiam estar empregadas, se o dinheiro fosse bem empregado!
Eu discuti, a SMIC gastou 287 mil reais em cursos
de artesanato, só que eu não vejo curso nenhum que qualifique essas pessoas! É
dinheiro botado pelo ralo. Eu vi muitas vezes esses programas que treinam
cabeleireiros, que treinam padeiros, que treinam mão-de-obra para corte e
costura; mas ninguém sabe costurar, ninguém sabe cozinhar, ninguém sabe fazer
nada, são cursinhos “para inglês ver”! Nós precisamos treinar as pessoas,
gastar dinheiro para a formação de mão-de-obra, capacitar essas pessoas, para
elas deixarem de ter essa vida indigna que levam, na miserabilidade, na
sujeira! Se formos aqui no morro Santa Tereza, na Rua Dormênio, veremos pessoas
dormindo ao lado dos cavalos, ao lado dos animais, é um problema de Saúde
Pública! Então querem que as pessoas continuem a vida inteira nessa
miserabilidade? Não contem comigo! Eu quero dignidade para as pessoas! Eu quero
que essas pessoas tenham emprego, que estas pessoas tenham trabalho, assim como
eu não aceito a picaretagem das cooperativas, Ver. Ervino Besson, como essa do
Mercado do Público, que não paga as pessoas! Como aconteceu inclusive aqui
dentro da Câmara! A outra cooperativa que prestava serviços aqui deixou todo o
mundo na mão, durante um Natal inteiro sem receber!
Queria, inclusive, falar aos amigos trabalhistas do
PDT e do PTB, por sua tradição: vamos continuar com a precariedade do trabalho,
que são essas cooperativas picaretas? Nós vamos continuar com a precarização do
trabalho que é catar lixo, quando temos, em Caxias do Sul, um exemplo brilhante
que é o do lixo conteinerizado, que é levado aos galpões de reciclagem, e lá,
senhores, eles ganham 900 pilas por mês?! Aqui as pessoas não ganham 400, e
isso é o melhor dos galpões, porque o lixo bom: a latinha, o lixo nobre, o
papel, são levados para os intermediários. Então, não contem comigo para que as
pessoas permaneçam na miserabilidade, porque eu luto pelos desvalidos, pelos
mais pobres, para que eles tenham dignidade. Também não acho que seja
compatível com uma cidade moderna a exploração das crianças, o sofrimento dos
animais, as carroças no meio do trânsito - e o trânsito está parando! Que o
próximo gestor desta Prefeitura tenha coragem, tenha ousadia e determinação
para enfrentar essas questões; estou nessa trincheira, a trincheira pela
dignidade dos seres humanos, pela dignidade de quem trabalha, e sou contra o
sofrimento dos animais, contra a demagogia que é feita em cima desse tema. Sou
contra a demagogia! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver.
Adeli Sell. Esta Mesa comunica que recebeu duas comunicações, a primeira delas:
As Lideranças das Bancadas dos Partidos de Oposição com representação nesta
Casa vêm, pela presente, comunicar a constituição da Liderança e da
Vice-Liderança da Oposição, nos termos regimentais, conforme segue: Líder da
Oposição, Verª Margarete Moraes - PT; Vice-Líder da Oposição, Verª Maristela
Maffei - PCdoB. Outrossim, comunicam que o espaço destinado à manifestação das
Lideranças será ocupado sob a forma de rodízio, por indicação das Lideranças.
Sala das Sessões, 15 de maio de 2008. Assinado pela Verª Margarete Moraes,
Líder do PT, e pela Verª Maristela Maffei, Líder do PCdoB.
Mais uma comunicação (Lê.): “Sr. Presidente, ao
cumprimentá-lo, cordialmente, oficializo a Vossa Excelência a indicação do Ver.
Professor Garcia para Líder do Governo nessa Casa Legislativa, em consonância
com o Artigo 228-A, do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, aprovado
pela Resolução 1.178/92.
Atenciosamente, José Fogaça, Prefeito Municipal.”
O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em
Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.
O SR. DR. GOULART: Exmo
Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Ervino Besson; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, hoje é dia 15 de maio. Há 63 anos, neste dia, criava-se o
glorioso Partido Trabalhista Brasileiro. Hoje é dia de aniversário do PTB, um
Partido que veio para a nossa Pátria para engrandecer o trabalho. Em épocas
passadas, os homens trabalhavam de sol a sol; trabalhavam à noite, as mulheres
também, e veio um Partido para se preocupar com a condição do trabalhador. Ele
observou que o trabalhador tem um tempo para trabalhar e tem que ter um tempo
para lazer, também. Agora, é um assunto extremamente buscado por Edgar Morin e
pelos intelectuais que pensam as filosofias modernas do mundo, ou seja, o ser
humano tendo como objeto o lazer no seu dia de trabalho ou na sua semana de
trabalho. E este Partido, pensado e idealizado por Getúlio Vargas, veio para
consolidar todo aquele movimento social que aconteceu com a Revolução de 1930.
Precisava-se assentar isso em diretrizes para que fossem cumpridas, e foi criado
o Partido Trabalhista Brasileiro. Junto com o nosso querido Presidente Getúlio Vargas houve uma
figura espantosa, que é a figura de João Goulart.
João Belchior Marques Goulart, o nosso Jango, era
um homem milionário, cheio de fazendas bem exploradas, bem negociadas, ele
tinha o tino do negócio; ele foi um milionário que se interessou pelo seu povo,
pelo povo brasileiro. E, num primeiro momento, quando teve a chance de ser o
Ministro do Trabalho, fez aquilo que nós, representantes de classe, temos vontade
de fazer - cada um no seu tempo, cada um na sua missão: aumentou o salário
mínimo brasileiro em 100%. Ele aumentou em 100% o salário mínimo brasileiro! É
evidente que as elites se perturbaram barbaramente com isso e terminaram por
derrubar João Goulart.
A primeira queda de João Goulart foi como Ministro
do Trabalho. A pressão foi enorme sobre Getúlio Vargas, que era amigo de Jango,
e o Manifesto dos Coronéis derrubou João Goulart da chefia do Ministério do
Trabalho. Mais adiante, Getúlio Vargas, junto com o PTB, fez brilhar ecos
eleitorais importantes. Sai a chapa Juscelino/Jango; é eleito Juscelino, mas
Jango, candidato à Vice, obtém maior votação que Juscelino: 500 mil votos a
mais do que o candidato a Presidente da República. E pior: logo houve outra eleição,
e ganha a oposição, com Jânio Quadros, mas mantém na Vice-Presidência João
Goulart. Foram eleitos Jânio e Jango, porque naquela época isso podia,
Vereador, ex-Prefeito, nosso querido amigo. Só que, num determinado momento,
João Goulart então se prepara, num momento de desvario do Presidente Jânio
Quadros, que até hoje não se sabe direito por que teria pedido a sua...
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Dr. Goulart, eu quero ler um trecho de uma carta de
Getúlio Vargas para Loureiro da Silva. (Lê.): “Nesta altura dos acontecimentos,
pode-se avaliar o esforço que você realizou na estruturação do Partido
Trabalhista. Foi um trabalho gigantesco, transformando em soberba e palpitante
realidade o que antes parecia a muitos remota esperança. Sua dedicação, bravura
cívica e generoso desinteresse o tornam credor da minha gratidão e do meu
aplauso.” Depois o PTB expulsou Loureiro da Silva.
O SR. DR. GOULART: Tem esses
momentos ruins também. Obrigado, Ver. Dib.
E João Goulart, ainda sob o manto de Getúlio
Vargas, pensou que deveria haver uma nova modificação na sociedade brasileira;
tudo aquilo que Getúlio tinha feito pelo trabalhismo precisava ser consolidado
e modernizado nos anos 60. E pensou as reformas de base, e pensou o Brasil
absoluto, e pensou um Brasil dono de si, dono de suas terras, de seus campos,
donos de sua produção e da sua indústria insipiente, e pensou nas remessas de
lucros imensas que os estrangeiros roubavam do Brasil e mandavam para suas
terras sem deixar quota nenhuma aqui. Quando ele começou a pensar nisso, a
sociedade, que era amiga dos estrangeiros, que era entreguista - porque os
Estados Unidos tinham muito interesse no Brasil, naquela época, e tem também
hoje -, preparou o golpe para derrubar o grande Presidente, através do exército
americano, através do Exército Brasileiro, através do capital internacional, e
destituiu-se, pelas armas, João Belchior Marques Goulart. E nesse ponto da
história, para a abolição da escravatura do povo brasileiro - houve a grande
abolição da escravatura da negritude, de mentirinha, mas houve, e depois a
abolição do povo brasileiro, que não aconteceu até hoje. É verdade que o
Presidente Lula avança em importantes medidas sociais que ajudam os muito pobres,
mas precisamos de políticas que incluam os pobres, não simplesmente ajudem os
pobres; já é bom ajudar os pobres, não podemos parar com isso, não podemos
voltar atrás, mas precisamos ter políticas que os incluam na sociedade, não
como pobres que recebem esmolas, mas como homens que trabalham pela sua Pátria.
Portanto, com Getúlio Vargas, melhorou o Brasil;
com João Goulart, parou o desenvolvimento do Brasil, que agora está sendo
moderadamente retomado.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro Ver. Dr. Goulart, nós
temos aqui na Av. Nilo Peçanha um Quilombo que ainda não está regularizado, não
sei por quê? Ainda faltam documentos, e isso é uma missa de dificuldades. Mas
há sempre a tentativa permanente de transportar os quilombolas para a área
marginal da Cidade. Nós, como novos abolicionistas, precisamos impedir, nós
queremos que os quilombolas se incorporem à sociedade e tenham os benefícios
que essa sociedade traz para eles, sem puni-los com a marginalidade por causa
da sua cor ou por causa da sua pobreza. Nós queremos que eles se incorporem a
uma sociedade mais rica e melhor aquinhoada no sentido de que periferizá-los é
uma injustiça social inominável, incomensurável e irreversível. E depois vamos
nos queixar de segurança e que uma bala perdida pega um filho nosso ou alguma
coisa dessas, porque nós mesmos estamos marginalizando essas pessoas quando
queremos tirá-las do lugar onde elas moram, no seio de uma sociedade
progressista, muitas vezes rica, querendo botar o carimbo de marginal e de
pobre. Isso é uma afronta e uma ignomínia. Nós não vamos aceitar isso. Pelo seu
discurso, meus parabéns!
O SR. DR. GOULART: Muito
obrigado.
A Srª Maristela Maffei: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Goulart, quero, primeiro,
cumprimentar o seu Partido, e que pela história também é nosso, pela sua
tradição. Um Partido que honrou desde o princípio a questão da luta dos
trabalhadores e que hoje faz parte da base do Governo Lula e, quiçá, se somará
com outras coisas melhores que estão por vir. Então, queremos desejar
felicidades e êxito. A sua fala honra a tradição de um Partido de
centro-esquerda, que de fato constitui esse rol da democracia no nosso País
ontem, hoje e sempre. Parabéns!
O SR. DR. GOULART: Agradeço muito
à Líder do nosso querido Partido Comunista do Brasil.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, quero dar meus
parabéns por V. Exª estar falando do nosso Partido, o senhor que é nosso companheiro, nosso Líder... Nós temos o privilégio
de ter essa liderança tão forte como o senhor. E dizer que, na Vila do IAPI, as
pessoas com mais idade agradecem e ainda choram quando lembram de Getúlio
Vargas. Esses sempre dizem: este condomínio foi doado para nós, porque o preço
era tão baixo. Dão graças a Deus, se não fosse Getulio Vargas não teria a Vila
do IAPI.
O SR. DR. GOULART: Muito obrigado, Vereador.
O SR. DR. GOULART: Muito obrigado. Sinto-me muito honrado
com os apartes sempre que falo aqui. Sou um Vereador que sempre sofro apartes,
e gosto muito de recebê-los, porque enriquecem a fala deste Vereador, e é o
momento desejado pela nossa Bancada, ou por nós mesmos aqui no Parlamento.
Quero dizer que este Partido, atualmente, trazendo o foco para Porto Alegre,
tem se comportado de uma maneira muito elegante, principalmente quanto às
eleições que se avizinham. Tem-se comportado de maneira elegante, ouvindo,
ouvindo e ouvindo. Só que vai chegar um determinado momento, nas próximas
horas, em que este Partido tem que se definir, porque este Partido é um grande
companheiro para qualquer partido pela militância guerreira que tem, pela
história que acabei de contar, e pela vontade que temos de governar, de ser
Poder. Este Partido tem estado quieto, mas nas próximas horas tem que começar a
encontrar o seu caminho futuro para o Poder. E provavelmente, Ver. Guilherme
Barbosa, tenhamos que começar a nos aproximar mais das esquerdas, Ver.
Maristela Maffei. Talvez as posições do centro não se dêem conta da importância
que tem um Partido trabalhista, porque o Partido trabalhista é um partido dos
homens trabalhadores, mas é também dos seus patrões que são trabalhadores. E
nós temos que estar de olho para que os patrões não maltratem os empregados.
Mas os patrões são trabalhadores também. Sinto e percebo, e represento a
Bancada na hora em que falo, e vejo que é pensamento da Bancada, que precisamos
nos aproximar das esquerdas cada vez mais. Este caminho de centro passa a não
interessar mais num determinado momento histórico, porque ele não é abusado. Os
partidos têm de ser abusados no sentido bom dessa palavra; os partidos têm de
evoluir, têm de se modernizar, e acho que o Partido Trabalhista Brasileiro tem
que começar a se aproximar, nas próximas horas, das esquerdas; começar aos
poucos a conversar, para que se note a importância que esse Partido tem. Não é
pela sua elegância de não estar, como eu, mal-educado, aqui, falando alto,
desta tribuna, que ele deva ser esquecido e abandonado. O Partido Trabalhista
Brasileiro foi um dos partidos que mais lutou por essa Pátria e é um dos
partidos que ajudará o futuro desta Pátria da mesma maneira, cuidando dos
homens e das mulheres que estão construindo o futuro deste País com a dignidade
que ele merece. Viva os 63 anos do Partido Trabalhista Brasileiro! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito obrigado, Ver. Dr. Goulart. Receba,
Vereador, o reconhecimento, a gratidão do Partido Democrático Trabalhista.
O Ver. Dr.
Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. RAUL: Exmo Ver. Ervino Besson, que está presidindo os
trabalhos; Vereadoras e Vereadores; aqueles que nos assistem pela TV Câmara ou
aqui no plenário, eu venho, neste momento de Liderança, para informar a todos
que estive, ontem, em representação da Câmara Municipal, participando da
reunião da Comissão Intergestores Bipartite/RS - CIB -, que trata dos assuntos
de Saúde do nosso Estado. Por que fui representar esta Casa? Porque lá estava
se decidindo a pactuação da municipalização da Saúde do Centro de Saúde Escola
Murialdo, ou seja, daquelas unidades de saúde da Zona Leste, do Partenon, que
não foram municipalizadas, há 10 anos, quando o resto, praticamente todo o
Município de Porto Alegre, passou a gestão plena da Saúde, que hoje é gerida
pelo Município, através de recursos do Fundo Nacional de Saúde. Então, se criou
lá, uma ilha, que o Estado administra, onde existem trabalhadores da área da
Saúde de várias esferas - são médicos de família, são enfermeiros,
fisioterapeutas, assistentes sociais, nutricionistas - e onde é feita a
qualificação em serviço e, ao mesmo tempo, são atendidas as pessoas da
comunidade. Ontem, se criou um momento único, e talvez possa agora, a seguir,
ser valorizado e repetido, que seria de se fazer, efetivamente, essa municipalização,
porque houve, em função de propostas anteriores, de ações do próprio Ministério
Público, uma proposta oficial do Estado do Rio Grande do Sul para que haja a
municipalização das unidades de Saúde do Sistema Murialdo. Essa proposta foi
levada à Mesa da CIB, e foi levada muito em consideração pelos Municípios que
lá estavam presentes e pelo Município de Porto Alegre. Ocorreu que não se
fechou, naquele momento, a pactuação para que, a partir dali, passassem a estar
municipalizadas, efetivamente, as unidades de saúde da região, o que nós
realmente queremos, porque vai qualificar muito o serviço de saúde, os
profissionais, a qualificação dos que são lá formados e, muito especialmente, a
atenção básica de saúde da região, onde hoje existe uma deficiência muito
grande.
Então, naquele momento, o nosso Secretário
Municipal da Saúde, que estava lá representado, se manifestou por não aceitar a
proposta feita pelo Governo Estadual. Não se fechou a porta, mas se marcou, a
partir dali, uma nova avaliação, uma nova reunião, em breves dias, a ser feita
entre o Sr. Eliseu Santos, Secretário da Saúde do Município, e o Secretário
Osmar Terra ou a Secretária Adjunta Arita Bergmann, no sentido de equacionar
essa proposta de uma maneira definitiva, pois, até o início do mês de junho,
nós estamos, impreterivelmente, solicitando que haja uma definição dessa
matéria tão importante para a cidade de Porto Alegre.
Uma vez ocorrendo essa reunião que lá ficou
pactuada, vamos dizer que, em breves dias, deverá haver uma convocação
extraordinária da Comissão Intergestora Bipartite no sentido de homologar e de
pactuar entre o Estado e o Município, para que aqueles profissionais e aquela
comunidade tenham, a partir de então, um atendimento melhor com uma maior
qualificação por parte do Município. O Município passaria a investir lá na
região, e o Estado se propõe a mensalmente aportar recursos que não foram
considerados suficientes pelo Município neste momento, sendo que nessa reunião,
em breve, poderá haver um acordo.
Eu trabalho lá na região e tenho aqui no Ver.
Oliboni um parceiro, que também é uma liderança no Partenon há muitos anos,
batalhando nesse sentido. Vamos propor - e gostaria de contar com o apoio desta
Casa - uma Moção de Apoio em relação à municipalização da região do Murialdo,
para que possa haver a nossa manifestação, o nosso peso político como pessoas
ligadas à Saúde, como Vereadores preocupados realmente com a Saúde pública da
nossa Cidade. Então, estamos propondo essa Moção de Apoio à municipalização
plena por Porto Alegre, e que se mantenha a parte de estágios, de formação,
pelo Governo do Estado. Essa é a nossa iniciativa, na qual esperamos estar
todos juntos. Saúde para todos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver. Dr. Raul.
A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARGARETE MORAES: Exmo Ver. Ervino Besson,
Vereadoras e Vereadores, ontem nós participamos da abertura do Seminário Porto
Alegre, uma Visão de Futuro, da nossa Casa. Inclusive o único jornal que
repercutiu com dignidade esse evento, hoje, foi o Jornal do Comércio. E o
Coordenador, João Carlos Brum Torres, o Caçapava, dizia que uma das grandes
marcas da cidade de Porto Alegre é a sua democracia, a sua participação popular.
Nós temos um orgulho muito grande dessa marca. Mas ele dizia, também, que hoje
nós devemos avançar para as questões estruturais. E agora eu quero perguntar
para a Bancada governista qual é a marca, o que distingue o atual Governo da
cidade de Porto Alegre. O professor Orlando Strambi, da Universidade de São
Paulo, falava de algumas questões, alguns desafios: como você imagina a cidade
do futuro? Como você gostaria de viver? Como todos gostariam de viver, por
exemplo, daqui a 20 ou 30 anos? E ele falava que a essência da vida na Cidade é
a fluição de seus bens, é a fluição, por parte das pessoas, de seus
equipamentos culturais, de suas instituições públicas ou privadas, dos
elementos que singularizam uma cidade, que inclusive fomentam o turismo, as
pessoas poderem exercer, com dignidade, o seu ofício, o seu trabalho; poderem
se reunir, exercer a sua cidadania, a sua ideologia. Mas a Cidade só se realiza
com a locomoção, com a ida de um lugar para outro, com a locomoção e com a
acessibilidade, evidentemente que com conforto e com agilidade. Ele oferecia
várias alternativas, que nós não temos que ter nenhum preconceito em relação ao
transporte público, ferroviário, rodoviário, hidroviário - nós temos um lago -,
os pedestres que querem caminhar, há também as bicicletas e o metrô.
E já que nós estamos discutindo o futuro, estamos
também numa pré-discussão do Plano Diretor em Porto Alegre. Eu quero dizer que
eu fico muito preocupada, Ver. Carlos Comassetto, com a zona sul da Cidade,
porque tem uma série de empreendimentos naquela localidade e nenhum cuidado,
nenhuma solução com a malha viária. Se querem construir, e construir torres na
nossa Porto Alegre, apenas residências com altas torres, apenas condomínios - e
muitos automóveis -, a Cidade vai ficar sem sol, sem luz, sem cultura, sem
futebol, sem esporte, sem escola, sem saúde, sem verde, sem igrejas, e as
pessoas não vão ter como fluir na sua Cidade. Essa idéia da zona sul simboliza
a destruição do nosso patrimônio ambiental, cultural e turístico. Se tudo serão
torres e residências, Ver. Aldacir Oliboni, a Cidade será apenas automóveis e
uma grande avenida, não existirá mais nada, parecerá aqueles filmes de terror
em relação ao futuro, o quanto o ser humano tem capacidade de destruir o seu
espaço.
Nós temos uma boa notícia: hoje pela manhã o Fórum
de Entidades compareceu na reunião da Comissão que estuda o Plano Diretor desta
Casa, e esse Fórum de Entidades apresentou excelentes sugestões através de suas
Emendas, com muita objetividade, com muita qualidade e com muita síntese. E eu
tenho certeza de que os Vereadores e Vereadoras desta Casa, além das suas
próprias emendas, além dos trabalhos das Sub-Relatorias que já foram
apresentados, que são dinâmicos, que são abertos - não é, Verª Maristela? -,
mas ainda podem ser enriquecidos. Esses Vereadores vão acatar e vão acolher as
emendas do Fórum das Entidades, porque representam a síntese da população, ou
pelo menos de uma parte da sociedade de Porto Alegre; sobretudo porque a
maioria delas tem mérito e são perfeitamente viáveis nessa revisão que nós
temos obrigação de fazer sobre o Plano Diretor de Porto Alegre. Obrigada, Ver.
Ervino Besson.
(Não revisado pela oradora.)
Nós queríamos abordar o tema do tamanho do Estado.
O tamanho do Estado pode ser, para uns, muito grande, obeso e impotente; para
outros, absolutamente enxuto ou de grande poder de ação. Esta bipolaridade do Estado
faz com que nós tenhamos uma outra visão da função do Estado, essa função
keynesiana do Estado de redistribuição da renda, num capitalismo concentrador
de riqueza, preconceitual e absolutamente injusto socialmente faz com que o
Estado tenha desempenhado, nos últimos 100, 150 anos, um papel de absorvente,
e, mais do que isso, de válvula de escape de todas as recessões e suas
conseqüências sociais nas macroeconomias dos países emergentes. Então, para
cada processo recessivo, há uma absorção pelo Estado da mão-de-obra ociosa, e,
conseqüentemente, foi usado o Estado como uma grande e maternal terapia do
desemprego. Hoje o Estado passa a ser não mais essa válvula de escape da falta
de desenvolvimento da sociedade. E o Estado tem que ser o motor do desenvolvimento
dessa sociedade, que, muitas vezes, nos processos recessivos, sofre, inclusive,
da inação do Estado. Nós vemos, por questões de tamanho do Estado, da
necessidade de enxugar um Estado obeso, a emergência social de uma grande fuga
legal de uma justiça social, considerando-se a emergência das fundações
associadas às universidades, das cooperativas, que, muitas vezes, são fundadas
apenas para fugir da lei trabalhista; das organizações não-governamentais, que
vivem de verbas governamentais, paradoxalmente, e que parasitam; como os
mariscos à casca do navio, vivem as ONGs atreladas e acopladas ao Estado,
especialmente quando nós fazemos do Estado um órgão vazio onde não existe mais
o sistema do mérito, o concurso público, e, principalmente, pelo uso indevido
desses jovens que são contratados nas universidades que nós chamamos de
estagiários para substituir essa mão-de-obra que está sendo sonegada à
sociedade.
Então, uma coisa é um Estado grande, obeso e
impotente. A outra, é um Estado enxuto, mas que tem a necessidade de ter, por
meio do concurso público, a sua eficiência, seus mecanismos de funcionamento e
as suas agências burocráticas destinadas à população, especialmente na
redistribuição da renda, como o Estado sonhado por Maynard Keynes, um Estado que
devolve à sociedade, por meio dos impostos, todos aqueles serviços primários
que não são conseguidos.
Por isso, achamos que hoje o processo de
terceirização, a criação das OSCIPs, as ONGs, as cooperativas e as fundações
são apenas formas de chegar ao Estado por uma via muito mais rápida, mas também
por uma via mais nociva, patrocinando, inclusive, e muitas vezes presidindo
essa corrupção, essa devassidão que chega a todos os interstícios do Poder do
Estado, Ver. Besson, no sentido de atender essas populações mais necessitadas,
onde a demagogia, onde a falta de fiscalização fazem com que tenhamos hoje os
espetáculos tristes e espetacularizados das CPIs.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver. Claudio Sebenelo.
A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, é necessário, quando não dá
para acreditar... Nós chegamos a um ponto, às vezes, de ficar chorando apenas
nos nossos travesseiros. Aí eu busquei, seguindo a linha do Plenário hoje, um
alento em Eduardo Galeano, escritor uruguaio, autor de “A Escola do Mundo ao
Avesso”, que fala que a natureza não é muda. Ver. Ervino; quero fazer uma
leitura do jornal Folha de São Paulo (Lê.): “A natureza tem muito mais a dizer,
e já vai sendo hora de que nós, seus filhos, paremos de nos fingir de surdos. E
talvez até Deus escute o chamado que soa, saindo deste país andino e acrescente
o décimo primeiro mandamento, que ele esqueceu nas instruções que nos deu lá do
monte Sinai - que soa ali e soa aqui: ‘Amarás a natureza, da qual fazes parte’.
[Eu me apego a isso, porque quero falar de Marina, mas, antes de falarmos de
Marina, eu quero ainda dizer]: E a natureza? De certo modo, pode-se dizer que
os direitos humanos abrangem a natureza, porque ela não é um cartão postal para
ser olhado do lado de fora; mas bem sabe a natureza que até as melhores leis
humanas tratam-na como objeto de propriedade, e nunca como sujeito de direito.
Reduzida a uma mera fonte de recursos naturais e bons negócios, ela pode ser
legalmente maltratada, e até exterminada, sem que suas queixas sejam escutadas
e sem que as normas jurídicas impeçam a impunidade dos criminosos. No máximo,
no melhor dos casos, são as vítimas humanas que podem exigir uma indenização
mais ou menos simbólica, e isso sempre depois que o mal já foi feito, mas as
leis não evitam nem detêm os atentados contra a terra, a água ou o ar. Em 1886,
a Suprema Corte dos Estados Unidos, modelo da justiça universal, estendeu os
direitos humanos às corporações privadas. A lei reconheceu para elas os mesmos
direitos das pessoas: direito à vida, à livre expressão, à privacidade e a todo
o resto, como se as empresas respirassem. Mais de 120 anos já se passaram e
assim continua sendo. Ninguém fica estranhado com isso. [Vamos pegar o
exemplo da petroleira Texaco]. A empresa petroleira Texaco vomitou impunemente
18 bilhões de galões de veneno sobre terras, rios e pessoas. Uma vez cumprida
esta obra de beneficência na Amazônia equatoriana, a empresa nascida no Texas
celebrou seu casamento com a Standard Oil. Nessa época, a Standard Oil, de
Rockefeller, havia passado a se chamar Chevron e era dirigida por Condoleezza
Rice - que hoje conhecemos, é a mesma Condoleezza que é a Secretária do Governo
dos Estados Unidos. Mas as feridas abertas no corpo do Equador pela Texaco e
por outras empresas não são a única fonte de inspiração desta grande novidade
jurídica que se tenta levar adiante. [Sei que tenho pouco tempo, mas, com
certeza, é talvez um capítulo, talvez um versículo, e a gente continua, porque é uma leitura dinâmica]...
reconheçer e garantir o direito de manter e regenerar os ciclos vitais
naturais, e não é por acaso que a Assembléia Constituinte começou por
identificar seus objetivos de renascimento nacional [lá, no Equador, mas, aqui,
infelizmente, Marina, tu tiveste que ir embora, por isso é que eu quero falar
da Marina]. Essas tradições continuam miraculosamente vivas, apesar da pesada herança
do racismo que, no Equador, como em toda a América, continua mutilando a
realidade e a memória. E não são patrimônio apenas da sua numerosa população
indígena [como lá, mas na população brasileira perpetua-se ao longo dos ciclos
a proibição e o desprezo para algumas coisas]. Pertencem a todo o país, e ao
mundo inteiro, estas vozes do passado que ajudam a adivinhar outro futuro
possível [que, às vezes, parece impossível].” E Marina Silva disse, Sras.
Vereadoras, que uma mãe não abandona os seus filhos.
E eu quero aqui, com a sua tolerância Presidente,
render a minha homenagem à Marina. Marina, querida, tenho a honra de ser tua
companheira, como muitos de nós têm esse mesmo sentimento, e tenho certeza de
que a Verª Margarete Moraes, que me ouve atentamente, tem esse mesmo
sentimento. Porque, na grande polêmica da liberação das lavouras dos
transgênicos... E aqui eu não quero ter um discurso sectário, mas nós sabemos
que, se é verdade que a semente crioula é uma dádiva de Deus e que todo o homem
poderia ter o direito de tê-la sem ter que comprar os royalties que
comandam e contaminam solos e subsolos e migram para as outras lavouras,
destruindo as lavouras cultivadas com a semente crioula. Que a seringa e que o
sangue de Chico hão de ressurgir e brotar nas florestas da mesma luta da tua
dignidade, Marina Silva, que é a nossa dignidade.
Obrigada por existirem “marinas silvas” e grandes
companheiros. Só lamento que muitos, e não apenas aqueles que têm interesses -
como dizia Brizola -, hoje se rendam a esses que contaminam e destroem, e que
não querem o equilíbrio, o que nós também defendemos, mas que pensam: que pena,
meu Deus, que não vem a Reforma Política, que em cada eleição tem que vender um
pedaço da pátria, um pedaço da cidade, um pedaço da dignidade para sobreviver e
para continuar numa eleição após a outra. Que venha, meu Deus, a Reforma
Política para que nós não tenhamos que balizar todos como corruptos, como
pessoas que não têm dignidade e que vergam a sua coluna e se rendem àquilo que
não constrói o desenvolvimento e nem o desenvolvimento ambiental sustentável,
mas que se rendem apenas aos seus princípios.
Viva Marina, viva o Brasil, viva a América Latina e
todos aqueles que resistem! Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Verª Maristela Maffei. Conforme
Requerimento lido há pouco aos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, a partir de
hoje, os partidos de situação e oposição terão direto a mais um tempo de
Liderança, desde que esse Vereador seja indicado pelo seu Líder.
O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder pela oposição.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Ervino Besson; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha o Canal 16, o Regimento da nossa
Casa, no art. 35 diz o seguinte: “São atribuições das Comissões Permanentes, em
razão da matéria de sua competência, e das demais Comissões, no que lhes for
aplicável: (...) Inciso III - convocar Secretários e dirigentes
de órgãos da administração indireta e qualquer servidor público municipal para
prestar informações sobre assuntos inerentes às suas atribuições, através de
ofício do Presidente da Câmara”. Por
que fiz questão de ler aqui o art. 35, inciso III? Porque a Câmara Municipal de
Porto Alegre, através da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, convocou, várias
vezes, o Secretário de Saúde, Vice-Prefeito, Professor Eliseu Santos para vir
aqui a esta Casa dar alguns esclarecimentos, e são muitos os pedidos que foram
feitos ao atual Governo, mais precisamente ao Secretário de Saúde. Mas vejam os
senhores, terça-feira agora, recente, o Secretário foi convocado para dar
explicações, sobre o porquê do não pagamento aos laboratórios que prestam
serviços ao Sistema Único de Saúde de Porto Alegre. Os laboratórios que prestam
serviços são conveniados ao gestor, portanto, em função de serem conveniados ao
Sistema Único de Saúde. E esses laboratórios, para os senhores terem uma idéia,
por um exame de glicose eles recebem R$ 1,85; um exame de glicose, R$ 1,85. Pois
essa rede de laboratórios conveniados ao SUS está dizendo à população de Porto
Alegre que o gestor não estava repassando os recursos destinados a essa
prestação de serviço, e que se ele não pagasse, poderia acontecer uma
infinidade de demissões e até o fechamento de alguns laboratórios. Vejam os
senhores, além de nós sermos parceiros, é claro, de que a tabela do SUS melhore
para que o prestador não saia da rede do SUS, mas sim entre na rede, e que o
gestor compre mais serviços, que não sejam só exames - consultas, internações,
e exames de alta complexidade - nós estamos aqui ouvindo prestadores de
serviços, laboratórios, que estão dizendo que o Governo vem pagando atrasado,
e, além disso - não estão pagando toda a fatura, estão pagando 70% a 80% da
fatura, isto é, do serviço que eles têm prestado. Isso é uma enorme
preocupação, como é também o assunto levantado aqui pelo Ver. Raul Fraga, sobre
a municipalização da saúde da região leste de Porto Alegre, mais precisamente o
Murialdo. Eram sete unidades de saúde, e hoje existem apenas cinco, e essas
cinco funcionando com enorme precariedade.
Vejam os senhores, por exemplo, na Ernesto Araújo,
Morro da Cruz, dois dias por semana apenas tem atendimento, onde são
distribuídas apenas de oito a dez fichas, numa região onde existem mais de 40
mil famílias. Não tem como, não existe milagre para que esses cidadãos, esses
profissionais possam atender tamanha demanda, por isso estão procurando
hospitais da região, que, por sua vez, estão superlotados. A cada dia os serviços
de saúde estão cada vez mais sucateados, e postos de saúde sendo fechados. A
preocupação desta Comissão de Saúde, que traz como Presidente a Verª Neuza, o
Dr. Raul, e este Vereador que lhes fala, Verª Maria Celeste, enfim, nós estamos
nesta luta, Ver. Sebenelo, para fazer com que o gestor não só pague em dia os
serviços conveniados, mas que faça, além disso, o seu dever de casa. Por
exemplo, a unidade de saúde lá da Vila Conceição, da Pequena Casa da Criança,
hoje mesmo ligavam para esta Casa, para o gabinete deste Vereador e diziam que
aquilo que o Governo prometeu, ampliar o número de médicos e profissionais da
Saúde, há mais de três meses ainda não foi feito. E, para concluir, nobre
Presidente, eu diria que dos quatro médicos que estão precisando, apenas um
Pediatra e um Clínico geral estão atendendo. Dos quatro Técnicos de Enfermagem
que estão precisando, apenas dois Técnicos de Enfermagem estão atendendo. É
preciso, sim, que o Governo Municipal diga a que veio, e diga que Saúde é um
dever do Estado e para isto tem de fazer o mínimo, o dever de casa, e nós
constatamos, através da Comissão de Saúde, que isso não está acontecendo. Por
isso queremos fazer um apelo para que o Secretário de Saúde não só atenda as
reivindicações promovidas por esta Casa, que é um direito legítimo e
constitucional, mas que venha dar satisfação da precariedade do serviço de
Saúde em Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver. Aldacir Oliboni.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma
Comunicação de Líder pelo Governo.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Vereador Ervino Besson, presidindo os
trabalhos, senhoras Vereadoras, senhores Vereadores, quero fazer só uma
correção, Ver. Ervino Besson, para dizer que não é a primeira vez, pois já
utilizamos várias vezes o tempo de Líder de Governo desde que foi aprovada a
alteração regimental. A Verª Margarete me diz que é a quinta vez. É que na
realidade a Oposição não havia ainda indicado o seu Líder, tendo feito isto
somente hoje.
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado pelo esclarecimento. Eu li o
Requerimento hoje.
Essa questão da construção da cidadania em Porto
Alegre, da participação popular é tão forte, e a própria Câmara fazendo algumas
audiências públicas - esta semana fez uma no bairro Assunção, e vejo aqui
alguns Vereadores que lá estiveram presentes, Vers. Adeli Sell, Carlos
Comassetto, Ervino Besson, João Carlos Nedel, João Antonio Dib, Dr. Raul,
Margarete Moraes, Guilherme Barbosa, ou seja, houve uma grande
representatividade da Casa naquele local. Quase 300 pessoas lá estiveram,
mostrando que, na realidade, quando a população é conclamada, ela vai de
maneira pacífica, ordeira e coloca as suas problemáticas; claro que cada um
olhando para a sua região, para situações pontuais. Sabemos que o gestor
público tem que pensar no todo, mas também tenho a compreensão de que à medida
que se consegue resolver os pequenos problemas, vai facilitar, e muito, a
construção do macro. Só quero, mais uma vez, parabenizar o Prefeito, José
Fogaça, por ter tido a sabedoria de manter o Orçamento Participativo, de tê-lo,
a cada ano, ampliado; e os Vereadores que têm participado das diversas
reuniões, estão presenciando um aumento gradativo por parte da população de Porto
Alegre, dizendo que a questão da democracia participativa é um dos grandes
legados da nossa Cidade, que serve de espelho para outras cidades do Brasil e
do mundo. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 2192/08 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/08, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que
altera o art. 91-A da Lei Complementar nº 12, de 7 de janeiro de 1975, que
institui posturas para o Município de Porto Alegre e dá outras providências, e
alterações posteriores, aumentando o valor da multa prevista em caso de
pichação e determinando procedimentos a serem adotados quando o autor da pichação
for criança ou adolescente.
PROC. Nº 2496/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 080/08, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que denomina Rua Cecy
Chaves Machado o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua C – Vila São
Vicente Mártir –, localizado no bairro Camaquã.
PROC. Nº 2519/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 088/08, de autoria do Ver. Ervino Besson, que concede o título
honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Vergilio Frederico Perius.
PROC. Nº 2567/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 091/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Morgan o
logradouro não-cadastrado, conhecido como Travessa Três – Vila Vargas –,
localizado no bairro Agronomia.
PROC. Nº 2568/08 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 092/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Hunter o
logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua H – Vila Vargas –, localizado no
bairro Agronomia.
PROC. Nº 2678/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 099/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Appaloosa o
logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 7146, localizado no
bairro Restinga.
PROC. Nº 2728/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 100/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua
Adalberto Severo de Moraes o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua
3042 – Loteamento Campos do Conde –, localizado no bairro Passo das Pedras.
PROC. Nº 2193/08 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 068/08, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que altera o parágrafo
único do art. 1º da Lei nº 7.518, de 11 de outubro de 1994, alterada pela Lei
nº 8.535, de 29 de junho de 2000, que dispõe sobre a construção de abrigos para
passageiros de ônibus e dá outras providências, determinando a obediência às
normas técnicas e à legislação vigente na construção e na reforma de abrigos
para passageiros de ônibus e excluindo restrição de locais para a sua
construção.
PROC. Nº 2354/08 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 005/08, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que
altera o inciso I do art. 82 da Lei Complementar nº 07, de 7 de dezembro de
1973 – que institui e disciplina os tributos de competência do Município –, e
alterações posteriores, prorrogando para o quinto dia útil de janeiro o prazo
de pagamento em parcela única de tributos com redução de 20% (vinte por cento).
PROC. Nº 2497/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/08, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que denomina Rua Luiz
Carlos Santos o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua J – Vila São
Vicente Mártir –, localizado no bairro Camaquã.
PROC. Nº 2498/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 082/08, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que denomina Rua Faustino
Barreto Fernandes o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua H – Vila São
Vicente Mártir –, localizado no bairro Camaquã.
PROC. Nº 2516/08 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 086/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Sorraia o
logradouro não-cadastrado, conhecido como Acesso Três – Vila Castelo –,
localizado no bairro Restinga.
PROC. Nº 2518/08 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 087/08, de
autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Berbere o logradouro
não-cadastrado, conhecido como Acesso Seis – Vila Castelo – , localizado no
bairro Restinga.
PROC. Nº 2660/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 097/08, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Paint
Horse o logradouro não-cadastrado, conhecido como Travessa Quatro – Vila Vargas
–, localizado no bairro Agronomia.
PROC. Nº 2729/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 101/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua
Campos do Conde o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 3038 –
Loteamento Campos do Conde –, localizado no bairro Passo das Pedras.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 7630/07 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 241/07, de autoria do Ver. Newton Braga Rosa, que cria o Programa
Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – Proger –,
estabelece suas diretrizes e dá outras providências.
PROC. Nº 1302/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 034/08, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que obriga os
estabelecimentos fornecedores de produtos e os estabelecimentos prestadores de
serviços, atuantes no Município de Porto Alegre, a disponibilizarem ao público
01 (um) exemplar atualizado do Código de Defesa do Consumidor e dá outras
providências.
PROC. Nº 1997/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 051/08, de autoria do Ver. Ervino Besson, que dispõe sobre a fixação
de goleiras destinadas à prática de futebol nas escolas do Município de Porto
Alegre.
PROC. Nº 2436/08 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 077/08, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel, que inclui, no Calendário Oficial de Eventos
do Município de Porto Alegre, a Missa Pascal dos Dirigentes Cristãos, a
realizar-se anualmente, na quinta-feira seguinte ao Domingo de Páscoa.
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Visivelmente...
(Aparte anti-regimental do Ver. Adeli Sell.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Ver. Adeli
Sell, esta Mesa não quer complicação. Acho que nós estamos aqui para trabalhar
de uma forma harmoniosa, numa forma de companheirismo. Alguns Vereadores
pediram a verificação de quórum, porque nós temos uma reunião da Mesa com as
Lideranças, mas V. Exª está inscrito em Pauta e é o primeiro Vereador a falar.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Ver. Ervino
Besson, eu agradeço a sua compreensão. Eu fico pasmo com o que acontece, às
vezes, na nossa Câmara Municipal. Eu fico cansado com certas coisas! Quando tem
reunião do Plano Diretor, eu estou aqui, enquanto outros não estão. E nós temos
discussões importantes na Pauta. Por exemplo, o Ver. Almerindo propõe algo que
eu tenho discutido muito e muitas vezes, que é a questão da multa pelas
pichações. Ele propõe uma mudança na Legislação. Inclusive, fui eu que fiz a modificação
no artigo 5º da Lei Municipal do Código de Posturas, que trata da questão da
pichação, porque é um absurdo o que está acontecendo com a nossa Cidade. Um
verdadeiro absurdo! O monumento a Júlio de Castilhos, na Praça da Matriz, teve
a sua última limpeza em 1999, quando eu articulei o Sindasseio, o Sindicato das
Empresas de Asseio e Conservação, junto com a Prefeitura, na época, Governo da
Administração Popular, e o monumento foi limpo. O Monumento a Júlio de
Castilhos é uma das mais bonitas obras de arte da cidade de Porto Alegre. Está
detonado; detonado! Não
bastasse isso, somem placas de cobre, placas de ferro, de aço, seja o que for,
e ainda por cima deixam a marca da pichação. Então, alguma coisa tem que ser
feita, inclusive sob o ponto de vista da multa, porque, com a adoção do
Disque-Pichação da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Segurança
Urbana, nós verificamos que vários foram pegos com pichação. Hoje a multa é
irrisória, portanto se é para multar, como diz o Vereador, nós estamos totalmente
de acordo, porque nós queremos uma Cidade organizada, uma Cidade limpa. Na
nossa Administração, o Ver. Guilherme Barbosa era Secretário, a Cidade tinha
meio-fio pintado, hoje não tem, como, por exemplo, não tem faixa de segurança
pintada. Não bastasse tudo isso, ainda tem a sujeira da pichação.
E foram cometidos alguns equívocos, Ver. Alceu
Brasinha, nessa questão da pichação. Eu gostaria de ver os convênios que foram
feitos com empresas particulares para uso das tintas e com troca de publicidade.
Eu não os vi até hoje, porque a Prefeitura não gosta de informar.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Adeli Sell, eu ouvi que V. Exª estava falando das pichações
que são feitas nos monumentos. Na semana passada, mais ou menos às 11h da
noite, eu vi um guri em cima do monumento de Bento Gonçalves, sobre o cavalo.
Como é que pode? Quando eu parei para pedir que tirassem o guri de lá, ele já
não estava mais lá.
O SR. ADELI SELL: Pois é, Vereador, por isso nós queremos
discutir esta questão, este Projeto que ora está na Pauta das discussões.
Uma outra questão: o mesmo Vereador “dispõe sobre a
construção de abrigos para passeios de ônibus e dá outras providências,
determinando a obediência às normas técnicas e à legislação vigente na
construção e na reforma de abrigos para passageiros de ônibus, excluindo
restrição de locais para a sua construção”.
Tem algum problema de redação, principalmente nesta
parte final. Mas eu acho que na situação em que está hoje, em que foi rompido
um convênio com uma empresa de publicidade e simplesmente foi retirada a
publicidade, ficou uma coisa meia-boca, e não vimos outra licitação. Caso eu
esteja equivocado, o Líder do Governo, que não se encontra no plenário neste
momento, poderá responder, porque, afinal de contas, nós precisamos discutir os
projetos que vêm para cá. Eu estou atento; estou discutindo estas questões, bem
como compareço às reuniões. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver.
Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.
(Pausa.) Desiste. O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a
Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para discutir a
Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, quero aqui fazer um comentário sobre o Projeto de autoria do Ver.
Newton Braga Rosa, que não está mais como Vereador Titular, mas como
Vereador-Suplente desta Casa, e que apresentou, durante seu período de
titularidade, o Projeto que cria o Programa Municipal de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil, estabelece suas diretrizes e dá outras
providências.
Quero aqui salientar
que a proposta, a idéia trazida pelo Projeto, é excelente! Ela vem para suprir
uma lacuna, pois o Executivo Municipal teria que gerenciar os resíduos sólidos
oriundos da construção civil, o que foi desconstituído na Cidade. Nós não temos
o chamado “bota-fora” ou depósito da construção civil, para onde são levadas as
caliças, os tijolos e outros materiais, porque, quando se faz uma demolição,
meu colega engenheiro Guilherme Barbosa, temos dois subprodutos: um que dá para
aproveitar, que são as telhas, madeirames, portas, aberturas, janelas, os tijolos,
e, o outro material, que é a caliça, os resíduos de cimento, tijolos quebrados,
materiais sólidos, com dureza que podem servir para fazer aterro nas diversas
regiões da Cidade, inclusive para projeto do próprio Executivo Municipal. A
Administração Popular construiu vários grandes locais para que a Cidade
convergisse para lá na década de 90, uma delas ali na esquina da Av. Diário de
Notícias onde todos os construtores, que faziam construções e não tinham onde
colocar esse subproduto, para lá levavam, e depois os produtos eram
reutilizados. Hoje esse local não existe mais.
E
o que constatamos hoje, Ver. Sebenelo, nas estradas da Cidade, e eu cito aqui
as estradas Francisca de Oliveira, Três Meninas, Chapéu do Sol, Cristiano
Kraemer, realizam as demolições e jogam esses produtos no leito da rua. Então,
têm grandes depósitos hoje nos leitos das ruas, e o DMLU não constrói uma
política, não apresenta fiscalização e demora uma eternidade para recolher
esses produtos.
Portanto, o Projeto que apresenta aqui o Ver.
Newton é importante, mas, neste caso, este Projeto está substituindo ou está
tentando suprir uma lacuna que o Executivo Municipal, na gestão dos resíduos
sólidos, não elabora. A SMAM não tem política para os resíduos sólidos; o DMLU
não executa, e a Cidade está perdida.
Por outro lado, a Fiergs já construiu o banco de
material de construção. Lá na Fiergs isso já é gerenciado com as entidades
conveniadas, com creches. Eu mesmo já me socorri, Verª Margarete Moraes, lá na
Vila Margarita, quando ela incendiou, tentando buscar lá subsídios, material
para construção para aquela comunidade; infelizmente o material não chegou lá.
Mas que existe, existe um banco de materiais de construção com telhas,
aberturas, tijolos, equipamentos sanitários, vasos de banheiro, pias, etc., que
dá para serem reaproveitados. A Fiergs faz muito bem isso na Cidade hoje,
reciclando esses produtos.
Concluo minha fala, Sr. Presidente, e o senhor que
mora lá na zona sul sabe o que estou dizendo: há depósitos de caliça espalhados
pela Cidade, e o DMLU não apresenta uma política, não fiscaliza e não recolhe.
Portanto, o Ver. Newton, que é da base do Governo, tenta salvar uma idéia e
propõe este Projeto. Digo que é uma boa idéia, um bom Projeto, mas é
responsabilidade do Executivo que não elabora e não executa isso. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, os indícios, um dos
índices, um dos indicadores da decadência da urbanidade mundial, onde a área
urbana mostra uma autofagia fantástica, está indiscutivelmente nos monumentos
das cidades. As cidades cujos monumentos muitas vezes as caracterizam têm
histórias fantásticas. Por exemplo, a de Paris, quando o engenheiro que
construiu a Torre Eiffel, que leva o seu nome, a ele foi feito toda a forma de
empecilhos no sentido de não construir a Torre, porque ela era exatamente algo
destoante na arquitetura parisiense. Pois, hoje, ela é uma das características
mais fantásticas da mais sedutora de todas as cidades do mundo, que é Paris.
Porto Alegre se caracteriza por verdadeiras maravilhas na área de monumentos, e
eu gostaria de chamar a atenção dos Srs. Vereadores, por exemplo, da beleza, e para
arte e para a audácia de uma escultura nossa, aqui ao lado, que é a dos
Açorianos. Quando nós saímos aqui da Câmara, aquele monumento fantástico,
ferruginoso, nos mostra a quilha de um navio formado pela audácia das pessoas,
e nessa obra linda dos Açorianos,
na ferrugem do tempo, nos mostra os 250 anos da autorização, por parte do
Governo português, da chegada, da vinda dos Açorianos para Porto Alegre. Mostra
o quanto tem numa escultura a história, a saga das pessoas que formaram a
Cidade, que escolheram este ponto para viver, especialmente, mostra nossa
origem, o cerne daquilo que é a constituição de uma Cidade tão espontaneamente
criada e crescida. Pois, exatamente esse monumento, a todo instante é vítima
dos pichadores. Chegou a ponto de serem recolhidos todos os monumentos do
Parque Farroupilha, do Parque da Redenção, e colocados dentro do orquidário,
chaveados, para não serem depredados, para não serem derretidos e vendidos como
material de sucata nos nossos desmanches tão abomináveis da cidade de Porto
Alegre. Por isso eu saúdo com muita alegria este Projeto de Lei de autoria do
Ver. Almerindo, aumentando o valor da multa prevista, em caso de pichação. E
digo mais, acho que o Brasil precisaria de um processo de criminalização contra
a agressão aos nossos monumentos que contam a nossa história, que contam a
nossa vida principalmente. São fatores de expressão, que passam da nossa mente,
dos nossos músculos, dos nossos dedos, da nossa psicomotricidade fina, passam
para outras pessoas que como eu, quando saio daqui, e tenho certeza que todos
os Vereadores sentem o que estou dizendo, quando saio desta Casa e me dirijo a
qualquer lugar de Porto Alegre, sou obrigado a passar por este monumento
maravilhoso, da nossa origem: os Açorianos.
Por isso eu gostaria de dizer que estamos a merecer
uma conservação melhor dos monumentos, mas não merecemos essa agressão dos
pichadores, porque o lugar dos monumentos é na rua, é para a população
usufruir, é para as nossas crianças aprenderem a gostar da Cidade e da sua história.
Isso só se faz expondo-os; chaveá-los dentro de uma peça para que não sejam
roubados é a última alternativa para que outras gerações tenham acesso a uma
das coisas mais lindas de um povo: a sua arte. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito obrigado. O Ver. Alceu Brasinha
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Ervino Besson; eu
vim aqui falar a respeito do seu Projeto, Projeto que implanta as goleiras, que
trata da fixação de goleiras. Quero dar meus parabéns para o senhor, porque
realmente as escolas municipais precisam que sejam fixadas as goleiras, porque
tem problema de roubo, problema até de uma goleira cair em cima de uma criança.
Então, Vereador, quero dizer que o senhor está preocupado com isso. Quero dar
os meus parabéns, porque o esporte, para quem gosta de esporte, é bom, é saúde,
é vitalidade e tira as crianças que estão na rua para participar do esporte. E
aqui, nesta Câmara de Vereadores, onde tem pessoas muito identificadas com o
esporte, como o Ver. Haroldo de Souza, o Ver. João Bosco Vaz e o nosso querido
amigo Ver. Ervino Besson, espera-se que todo mundo pense o que traz de perigo
uma goleira solta em cima de um campo, arriscando cair em cima de uma criança,
ou até mesmo do professor, do treinador que está treinando. Então, gostaria de
dar os meus parabéns ao Ver. Ervino Besson pela sua atitude, por este Projeto;
e dizer que este Projeto vem na hora certa.
Mas também quero falar das pichações que acontecem
nesta Cidade. Nós temos pronta a estátua da Elis Regina para botar lá no IAPI,
só que não foi colocada ainda, porque, realmente, tem um problema sério: pode
ser depredada, pode ser roubada. Não tem onde botar. Mas se tivesse uma lei
mais severa, se prendessem esses caras que picham... Mas tem que prender, botar
na cadeia, mostrar para eles! O monumento tem de estar lá, é um ponto turístico
da Cidade para as pessoas poderem tirar fotos junto a ele. Não pode; tem de
estar trancado! Acho que tem de começar a prender esses pichadores aí, tem de
botar na cadeia! Aí eles vão parar de fazer pichação. Nem o meu caminhão
escapou da pichação; já picharam até o meu caminhão! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito obrigado. Visivelmente não há
quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h07min.)
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